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Crise no mercado faz fundos perderem R$ 17 bilhões
SÃO PAULO - O nervosismo do mercado financeiro nas últimas semana provocou perdas de R$ 17,49 bilhões na rentabilidade dos fundos de investimentos entre os dias 23 de julho e 17 de agosto. Segundo dados do site Fortuna, os produtos com maior prejuízo no período foram as carteiras de ações, cuja rentabilidade recuou R$ 11,12 bilhões. Os fundos multimercados, que apostam em vários mercados, registraram perdas um pouco menores, de R$ 4,83 bilhões. Enquanto isso, os fundos de renda fixa tiveram ganho de R$ 1,35 bilhão e os DI, considerados os mais conservadores da indústria, R$ 1,29 bilhão.
Apesar dos prejuízos, os resgates ficaram dentro das estimativas de muitos administradores de fundos. A captação líquida (aplicações menos resgates) ficou negativa em R$ 3,2 bilhões. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, não foram os fundos de ações nem os multimercados os campeões de saques nesse período. Os resgates foram carregados pelos fundos de renda fixa, que retiraram R$ 4,27 bilhões.
Isso porque havia muita aposta em títulos prefixados, já que é uma estratégia para ganhar dinheiro em períodos de queda da taxa de juros. Com a turbulência, no entanto, os juros futuros subiram e os retornos diminuíram, explica o diretor do Fortuna, Marcelo D'Agosto. Nos fundos de ações e multimercados, a captação líquida continua positiva, apesar de os saques terem se intensificado na semana passada. Segundo o site Fortuna, o multimercados tiveram entrada de R$ 3,6 bilhões e os de ações, R$ 305 milhões.
Se for considerado apenas a semana de maior volatilidade, entre 13 e 17 de agosto, a saída de recursos dos fundos de ação foi de R$ 1,61 bilhão e nos multimercados, R$ 542 milhões. Enquanto isso, os fundos DI receberam R$ 1,8 bilhão. Na avaliação de alguns administradores de recursos, a movimentação do mercado até agora tem revelado um investidor muito mais maduro que em crises passadas.
"Eles perceberam que para ter mais retorno eles têm de arriscar mais. Se essa volatilidade tivesse ocorrido há uns três meses, o resultado teria sido muito pior", afirmou um economista de uma administradora de recursos, que prefere não se identificar.
Movimento não é normal
O vice-presidente da Associação Brasileira dos Bancos de Investimentos (Anbid), Marcelo Giufrida, destaca que os investidores vão sentir os impactos da turbulência da semana passada, pois os movimentos não foram normais. Mas ele acrescenta que o importante é que a indústria de fundos continua tendo desempenho médio positivo. Os produtos de renda fixa, exemplifica ele, estão com resultados muito acima do CDI. "O mês de agosto não vai fazer desaparecer os ganhos obtidos nos últimos anos", avalia o executivo.
Ele argumenta, no entanto, que ainda não há condições para dizer quais os próximos passos do mercado e se essa crise é passageira ou não. A mesma percepção tem o economista da Modal Asset Management, Alexandre Póvoa. Em comunicado aos cotistas de fundos administrados pela empresa, ele afirma que é muito cedo para avaliar a extensão da crise. "Sem dúvida, o que deve ser mensurado permanentemente é o potencial de esta crise financeira afetar o lado real da economia. Continuamos acreditando que os bancos centrais mundiais conseguirão evitar um contágio maior, mas não há como evitar alguns respingos", afirmou o economista.
Diante de tantas incertezas, a recomendação do vice-presidente da Anbid é que os investidores mantenham a calma. Além disso, ele aconselha aqueles que estão muito incomodados com os prejuízos das últimas semanas verificar os porcentuais investidos em cada modalidade. "Se o investidor não está se sentindo muito confortável, é melhor fazer ajustes." Outros consultores também avaliam que a principal regra para qualquer investidor é a diversificação dos recursos. Se for aplicar no curto prazo, esqueça produtos agressivos, como o mercado acionário e de derivativos. Para quem tem mais apetite para o risco, esse pode ser um momento de apostar em ações, já que os papéis estão mais baratos.
Apesar dos prejuízos, os resgates ficaram dentro das estimativas de muitos administradores de fundos. A captação líquida (aplicações menos resgates) ficou negativa em R$ 3,2 bilhões. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, não foram os fundos de ações nem os multimercados os campeões de saques nesse período. Os resgates foram carregados pelos fundos de renda fixa, que retiraram R$ 4,27 bilhões.
Isso porque havia muita aposta em títulos prefixados, já que é uma estratégia para ganhar dinheiro em períodos de queda da taxa de juros. Com a turbulência, no entanto, os juros futuros subiram e os retornos diminuíram, explica o diretor do Fortuna, Marcelo D'Agosto. Nos fundos de ações e multimercados, a captação líquida continua positiva, apesar de os saques terem se intensificado na semana passada. Segundo o site Fortuna, o multimercados tiveram entrada de R$ 3,6 bilhões e os de ações, R$ 305 milhões.
Se for considerado apenas a semana de maior volatilidade, entre 13 e 17 de agosto, a saída de recursos dos fundos de ação foi de R$ 1,61 bilhão e nos multimercados, R$ 542 milhões. Enquanto isso, os fundos DI receberam R$ 1,8 bilhão. Na avaliação de alguns administradores de recursos, a movimentação do mercado até agora tem revelado um investidor muito mais maduro que em crises passadas.
"Eles perceberam que para ter mais retorno eles têm de arriscar mais. Se essa volatilidade tivesse ocorrido há uns três meses, o resultado teria sido muito pior", afirmou um economista de uma administradora de recursos, que prefere não se identificar.
Movimento não é normal
O vice-presidente da Associação Brasileira dos Bancos de Investimentos (Anbid), Marcelo Giufrida, destaca que os investidores vão sentir os impactos da turbulência da semana passada, pois os movimentos não foram normais. Mas ele acrescenta que o importante é que a indústria de fundos continua tendo desempenho médio positivo. Os produtos de renda fixa, exemplifica ele, estão com resultados muito acima do CDI. "O mês de agosto não vai fazer desaparecer os ganhos obtidos nos últimos anos", avalia o executivo.
Ele argumenta, no entanto, que ainda não há condições para dizer quais os próximos passos do mercado e se essa crise é passageira ou não. A mesma percepção tem o economista da Modal Asset Management, Alexandre Póvoa. Em comunicado aos cotistas de fundos administrados pela empresa, ele afirma que é muito cedo para avaliar a extensão da crise. "Sem dúvida, o que deve ser mensurado permanentemente é o potencial de esta crise financeira afetar o lado real da economia. Continuamos acreditando que os bancos centrais mundiais conseguirão evitar um contágio maior, mas não há como evitar alguns respingos", afirmou o economista.
Diante de tantas incertezas, a recomendação do vice-presidente da Anbid é que os investidores mantenham a calma. Além disso, ele aconselha aqueles que estão muito incomodados com os prejuízos das últimas semanas verificar os porcentuais investidos em cada modalidade. "Se o investidor não está se sentindo muito confortável, é melhor fazer ajustes." Outros consultores também avaliam que a principal regra para qualquer investidor é a diversificação dos recursos. Se for aplicar no curto prazo, esqueça produtos agressivos, como o mercado acionário e de derivativos. Para quem tem mais apetite para o risco, esse pode ser um momento de apostar em ações, já que os papéis estão mais baratos.
Fonte:
Estadão
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/210542/visualizar/
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