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Saúde
Segunda - 20 de Agosto de 2007 às 19:31

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BRASÍLIA - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou a liberação de R$ 26 milhões para o Estado de Alagoas, que enfrenta uma grave crise no sistema público de saúde.

Desse dinheiro, R$ 23 milhões vão para pagamento de procedimentos de alta e média complexidade e o restante, para gestão. Parte destes R$ 3 milhões poderá ser usada para pagamento de salários.

"O dinheiro ajuda. Mas não vai resolver a crise e nem aumentar nosso poder de negociação com grevistas", avisou o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho, logo após se reunir com o ministro.

Durante a greve de profissionais de saúde, que completou na segunda-feira, 20, 84 dias, 245 médicos pediram demissão. Unidades de saúde estão fechadas, deixando sem atendimento quase 2 mil pessoas.

Sexta-feira, o governo decretou estado de emergência no Estado - o que permite ao governo fazer contratações sem concurso. Profissionais de saúde reivindicam um aumento de 50% em seus vencimentos. O governo tem condições de pagar 5% de reajuste, afirma Teotônio Vilela.

Alagoas não é o único enfrentar crise no atendimento à saúde. Nos últimos meses, paralisações de médicos e dificuldade de acesso a tratamentos foram registrados em Pernambuco, Ceará e Espírito Santo.

Na Paraíba, uma mulher que não conseguiu agendar uma operação cardíaca por causa da greve morreu, a caminho do hospital. Cirurgiões cardíacos do Estado reivindicam o reajuste da tabela do SUS. Com a greve, cerca de 500 pessoas já estão na lista de espera para realizar a cirurgia.

Semana passada, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 550 milhões para média e alta complexidade. Alagoas foi o primeiro Estado a concluir o processo. Os recursos deverão ser liberados depois da publicação no Diário Oficial. E, assim como deve ocorrer com outros Estados, os recursos adicionais serão incorporados ao orçamento dos próximos anos.

Para o ministro, as greves recentes no setor público de saúde devem ser objeto de reflexão.

"O justo direito de uma categoria profissional por reajuste de salário e melhores condições de trabalho não pode se sobrepor ao direito à vida", comentou.




Fonte: AE

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