Lula e ministros discutem turbulência nos mercados em reunião hoje
Mantega, que fará uma exposição sobre os efeitos das turbulências no Brasil ao presidente e ministros que integram a coordenação de governo, não descarta, porém, a necessidade de adotar medidas na hipótese de a chamada economia real ser atingida.
De acordo com o ministro, a preocupação da equipe econômica é evitar que uma piora da crise venha a comprometer o crescimento da economia no próximo ano, cuja previsão oficial é de 5% do PIB (Produto Interno Bruto).
Para este ano, o Ministério da Fazenda acredita que o crescimento não vá ser muito afetado, devendo ficar próximo de 5%. A projeção do Banco Central é que atinja 4,7%.
Dentro do governo, o receituário para administrar um agravamento das turbulências passa por um aperto nas políticas fiscal e monetária.
No caso do superávit primário, os técnicos avaliam que basta seguir o ritmo atual de liberações de recursos do Orçamento, que deve garantir uma economia para pagar juros acima de 3,8% do PIB. Ou seja, nada de acelerar o gasto de dinheiro público.
Na política monetária, a expectativa é quanto à próxima reunião do Copom, órgão do Banco Central que define as taxas de juros, no início de setembro. Há uma tendência de, mantido o cenário econômico atual, o BC reduzir o ritmo de queda dos juros --de 0,50 ponto percentual para 0,25 ponto. Hoje, a taxa está em 11,5%.
CPMF
O governo enxerga pelo menos um ponto positivo na crise dos mercados financeiros internacionais. Deve facilitar as negociações para aprovar a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o chamado imposto do cheque, do jeito que o presidente Lula deseja --sem redução de alíquota e sem partilhar recursos com Estados e municípios.
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