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Economia
Segunda - 20 de Agosto de 2007 às 07:56
Por: Milton da Rocha Filho

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O diretor de Energia da Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), Luiz Gonzaga Bertelli, alertou que estudo de especialistas informam que o desperdício de energia elétrica no País, é o equivalente à produção de cinco usinas nucleares, similares à Angra 3, que produzirá 1.400 mil megawatts cada, "e isso incomoda muito diante de um quadro de escassez cada vez mais próximo". Ele disse ainda que o consumo predatório da energia é causado pelo uso de máquinas antigas e motores ultrapassados, lâmpadas obsoletas, aparelhos domésticos e iluminação urbana. Para suprir a falta de energia elétrica no País, uma esperança frustrada do governo era o da transformação da biomassa em eletricidade. Contudo, os projetos não corresponderam às expectativas. Existe acentuado corporativismo no setor elétrico que evita no planejamento energético o uso da biomassa.

Um alentado estudo da Fiesp estima que se forem instaladas caldeiras e turbinas mais eficientes para processar o rejeito de industrialização da cana, poderiam ser gerados mais de 5 mil megawatts de eletricidade na safra em curso de 2006/07. "Isso deveria ocorrer a um custo relativamente competitivo de R$ 109 megawatts/hora, preço inferior às hidrelétricas (R$ 112), carvão (R$ 145), óleo combustível (R$ 175) e eólica (R$ 232)", disse. Hoje, todas as indústrias sucroalcooleiras geram energia para o consumo próprio, mas somente 10% delas, de um total de 350 unidades, vendem o excedente no mercado. Algumas usinas de açúcar e álcool continuam desmotivadas, diante de investimentos necessários para a modernização dos equipamentos e dos baixos preços praticados nos leilões de energia.

Com a suspensão da queima da cana e aproveitamento da palha, o potencial gerador irá crescer substancialmente. Bertelli informou que além da hipótese do desabastecimento elétrico, as empresas nacionais, principalmente as eletrointensivas, já convivem com as tarifas mais altas, reajustadas em cerca de 150%, no período de 2001 a 2006. A tarifa subiu de R$ 82 por megawatts/hora para R$ 206/megawattts/hora. "Foram criados no período dez novos encargos governamentais, além dos tributos normais, enquanto o IPCA variou apenas 50%", disse o especialista. E arremata: "Com as usinas térmicas, a energia ficará mais cara e até viabilizam, economicamente, as nucleares. O Brasil já adquiriu US$ 750 milhões em equipamentos para a usina nuclear 3 e eles estão armazenados, em Angra, há 21 anos, com gastos de manutenção da ordem de US$ 20 milhões anuais.





Fonte: AE

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