Desperdício de energia no país é igual a 5 usinas nucleares
Um alentado estudo da Fiesp estima que se forem instaladas caldeiras e turbinas mais eficientes para processar o rejeito de industrialização da cana, poderiam ser gerados mais de 5 mil megawatts de eletricidade na safra em curso de 2006/07. "Isso deveria ocorrer a um custo relativamente competitivo de R$ 109 megawatts/hora, preço inferior às hidrelétricas (R$ 112), carvão (R$ 145), óleo combustível (R$ 175) e eólica (R$ 232)", disse. Hoje, todas as indústrias sucroalcooleiras geram energia para o consumo próprio, mas somente 10% delas, de um total de 350 unidades, vendem o excedente no mercado. Algumas usinas de açúcar e álcool continuam desmotivadas, diante de investimentos necessários para a modernização dos equipamentos e dos baixos preços praticados nos leilões de energia.
Com a suspensão da queima da cana e aproveitamento da palha, o potencial gerador irá crescer substancialmente. Bertelli informou que além da hipótese do desabastecimento elétrico, as empresas nacionais, principalmente as eletrointensivas, já convivem com as tarifas mais altas, reajustadas em cerca de 150%, no período de 2001 a 2006. A tarifa subiu de R$ 82 por megawatts/hora para R$ 206/megawattts/hora. "Foram criados no período dez novos encargos governamentais, além dos tributos normais, enquanto o IPCA variou apenas 50%", disse o especialista. E arremata: "Com as usinas térmicas, a energia ficará mais cara e até viabilizam, economicamente, as nucleares. O Brasil já adquiriu US$ 750 milhões em equipamentos para a usina nuclear 3 e eles estão armazenados, em Angra, há 21 anos, com gastos de manutenção da ordem de US$ 20 milhões anuais.
Comentários