Jordânia rejeita extradição de filha de Saddam Hussein

AMÃ - Membros da câmara baixa do Parlamento jordaniano descartaram neste domingo, 19, a possibilidade de o país extraditar a filha mais velha do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, Raghab Hussein.

O presidente do comitê de Assuntos Exteriores da câmara, Muhammad Abu Hudaib, disse que não acredita que Raghab seja extraditada, pois "não teve contato com a imprensa", em referência à condição imposta pelo rei Abdullah II de não fazer declarações à imprensa.

Abu Hudaib respondeu desta forma à ordem de detenção internacional emitida pela Interpol (Polícia internacional) no sábado contra a filha mais velha do ditador, a pedido do governo iraquiano, que a acusa de terrorismo.

Já Azzam Hunaidi, líder do principal grupo de oposição jordaniano, a Frente de Ação Islâmica, rejeitou também a extradição de Raghab, de 38 anos.

"Pedimos ao governo (jordaniano) que rejeite a ordem de prisão da Interpol", disse o líder do bloco parlamentar do FAI na câmara baixa.

Para Hunaidi, os "verdadeiros assassinos e criminosos" que deveriam ser acusados de terrorismo são os "que causaram a invasão dos EUA no Iraque".

Até o momento, o governo jordaniano ainda não se pronunciou sobre a ordem de detenção.

Raghab e sua irmã Rã foram para Amã em 2003 para fugirem da ocupação americana do Iraque, onde foram recebidas como hóspedes pelo rei jordaniano.