Casa Branca elabora plano para diminuição de tropas no Iraque

WASHINGTON - A Casa Branca prevê usar o relatório sobre o Iraque que será apresentado ao Congresso em setembro para redigir um plano que conduza à redução gradual de tropas americanas no país a partir de 2008, segundo a edição desta sábado, 18, do jornal The New York Times. A publicação nova-iorquina afirma que a medida não conseguirá satisfazer os legisladores democratas que controlam o Congresso, e que pediram a retirada de todas as unidades de combate para o princípio de 2008.

O jornal cita uma fonte anônima da Casa Branca que diz que o plano procura reduzir o descontentamento público com a guerra e neutralizar a pressão para uma retirada total. O The New York Times afirma que apesar de o projeto ainda não estar finalizado a idéia é que o número de soldados chegue o nível no qual estava antes de a Casa Branca aprovar o desdobramento adicional de tropas, o que permitirá que o contingente militar americano no Iraque alcance o número recorde de 170 mil soldados durante os próximos meses.

Antes de se juntarem os reforços, o número de soldados rondava os 130 mil. O projeto em discussão buscaria que a presença militar dos EUA neste país se prolongue até pelo menos o fim da presidência de Bush.

As fontes consultadas pelo The New York Times afirmam que a Casa Branca apresentará o plano como uma nova estratégia para o Iraque, uma mensagem com o qual tentarão aplacar o descontentamento dos legisladores republicanos que criticaram o presidente George W. Bush por sua atuação no conflito.

Funcionários que participam da redação do novo plano disseram ao The New York Times que a Casa Branca dirá que o aumento de soldados decretado por Bush permitiu uma maior segurança no país, menor violência sectária e uma redução dos ataques suicidas, enquanto estabeleceu as bases para uma nova posição que levará à redução de tropas a partir de 2008.

Segundo o jornal, o Governo americano aproveitará também a oportunidade para insistir que os interesses vitais dos EUA no Iraque e no Oriente Médio requerem a presença de soldados americanos na região. A Casa Branca também insistirá em um velho argumento: o que uma rápida retirada seria catastrófica para os EUA e seus aliados regionais.

A publicação diz que Bush não tomará uma decisão sobre a magnitude do cortede tropas até que o chefe das forças militares americanas no Iraque, o general David Petraeus, complete sua avaliação sobre a situação na zona.