"Perdemos o controle sobre drogas", garante psiquiatra
Hoje há filas para receber o atendimento. A diretora geral do Ciaps, Luciana Gomes de Souza, diz que seriam necessários pelo menos mais três centros para atender a demanda. Cuiabá tem apenas um, mantido pelo governo do Estado.
No Caps Álcool e Droga, único local público que interna dependentes químicos em Cuiabá, há uma média de 300 pessoas atendidas por mês e cerca de 150 em tratamento, também por mês. O local possui capacidade de 50 leitos e pelo menos 40 deles permanecem ocupados constantemente.
A diretora do Ciaps, que confirma o aumento da procura pelos dependentes, ressalta ainda que os dados são preocupantes ainda mais quando se observa que quase 50% da população em tratamento por dependência química são jovens na faixa etária de 20 a 30 anos. Além disso, 50% são solteiros, 50% não tinham trabalho, 94% são homens, 98% são de Cuiabá, 67% não estavam estudando e 40% não possuem o ensino fundamental.
Outro dado apontando pela diretora é que 70% dos internados para tratamento por dependência química são encaminhados pela Justiça. "A relação da dependência química com a criminalidade é muito próxima. Eu costumo comparar a situação dos dependentes com a de uma pessoa que, em um dia muito quente, não encontra água para beber. Multiplica essa sensação por mil para saber as consequências da droga. Daí vem as reações como o roubo, para conseguir dinheiro para comprar droga".
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