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Internacional
Quinta - 16 de Agosto de 2007 às 18:31

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O número de mortos no terremoto que atingiu o Peru na última quarta-feira (15) subiu para cerca de 500, segundo um novo balanço divulgado por Roberto Ocño, comandante do Corpo de Bombeiros.

"O número aumentou e está entre 500 e 510 mortos. Os feridos já passam de 1.600", disse Ocño.

"Muitos mortos estão sob os escombros das casas. Nas ruas, muitos morreram, até de infarto", acrescentou à agência France Presse o comandante dos bombeiros, que está trabalhando nas áreas mais afetadas.

A se confirmarem os números, este tremor -de 8 graus na escala Richter - pode ter sido o mais mortífero a ocorrer no Peru nos últimos 37 anos. Em maio de 1970, um terremoto de 7,5 graus causou 75 mil mortes no país.

Mas ainda há divergência sobre o número total de mortos. A ONU (Organização das Nações Unidas) fala em 450 vítimas que faleceram e em 1.500 feridos.

A intensidade do tremor foi retificada na tarde de hoje pelo Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (o USGS), que monitora os sismos registrados em todo o mundo. A entidade elevou a 8 graus na escala Richter a intensidade do terremoto no Peru. Até então estimava-se em 7,9 graus a intensidade.

O maior número de vítimas vem da cidade de Pisco, uma das mais afetadas pelo tremor.

Uma igreja lotada de pessoas desabou na cidade, o que pode elevar o número de vítimas. As equipes de resgate ainda tentam achar sobreviventes entre os escombros.

"Estamos resgatando as vítimas. A missa estava em andamento, e isso provocou muitas vítimas, pois o edifício caiu completamente. Já encontramos sobreviventes e continuamos trabalhando nisso", afirmou Luis Felipe Palomino, da Defesa Civil.

Brasileiros fazem kit terremoto

O terremoto deixou aterrorizados os brasileiros que vivem no país. Para a maioria deles, essa foi a primeira experiência com o fenômeno, raro no Brasil.

Na noite de quarta, o presidente Alan García fez um apelo aos peruanos para que procurassem manter a calma e carregassem consigo uma mochila contendo comida enlatada, medicamentos e documentos.

Foi o que fez a brasileira Brenda Carvalho, de 22 anos, apresentadora de um programa infantil local. Nesta quinta-feira (16), logo pela manhã, ele foi trabalhar com a sua mochila bem ao lado da mesa. "Estou com o que preciso para qualquer novo incidente", conta ela.

Carvalho estava no meio de um ensaio quando sentiu os primeiros tremores. "Na hora eu pensei que fosse normal, pois sei que eles têm tremores freqüentes. Mas a intensidade começou a aumentar muito e as pessoas começaram a ficar apavoradas", conta.

Brenda disse que sua equipe de produção juntou as 30 crianças que estavam no estúdio e desceram as escadas de emergência do prédio. "Quando chegamos até a rua vimos a imagem do caos. Os postes estavam dançando e os carros se movendo. O céu ficou branco e as pessoas corriam gritando e chorando".

Enquanto conversava com a reportagem do G1 pelo telefone, Brenda recebia ligações no celular de amigos e parentes querendo saber se ela estava bem. "Aqui estamos até agora tentando nos achar, existem amigos que não localizei ainda".

O brasileiro Ed Carlos Lima, de 27 anos, conta que alguns tremores ainda são sentidos. São as réplicas, que ocorrem após um grande terremoto.

"Toda vez que o chão treme um pouco as pessoas ameaçam sair correndo. O clima está muito tenso", diz Lima. O gerente administrativo também foi trabalhar hoje com uma bolsa contendo água, lanterna e mantimentos -seu kit terremoto.

Fuga da prisão

Mais de 600 presos fugiram de uma penitenciária na cidade peruana de Chincha (200 km ao sul de Lima) após o terremoto. Eles aproveitaram os danos causados pelo tremor à estrutura do presídio de Tambo de Mora e escaparam através das paredes destruídas.

O vice-presidente do Instituto Penitenciário do Peru, Manuel Aguilar, disse nesta quinta-feira (16) que apenas 29 internos do grupo de detentos foram recapturados.

Ele confirmou também que o terremoto destruiu parcialmente a penitenciária de Ica, uma das cidades mais atingidas pelo tremor. Mas negou que os presos de lá tenham fugido.

Tremor foi sentido no Brasil

Moradores do Amazonas contam que sentiram a vibração de paredes e móveis. Muitos já estavam se preparando para dormir quando foram surpreendidos pelo tremor.

O Corpo de Bombeiros recebeu pelo menos 10 chamadas em várias regiões de Manaus. No primeiro momento, a maior preocupação era com a estrutura dos prédios,mas, apesar do susto, não há registro de feridos.




Fonte: G1

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