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Cidades/Geral
Quinta - 16 de Agosto de 2007 às 08:09
Por: Patrícia Neves

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Relatório da OIT e Polícia Rodoviária mostra números desconfortáveis para o Estado

Mato Grosso ocupa a 11º posição entre os estados brasileiros por possuir 64 pontos que são alvos em potencial para a prostituição de crianças e adolescentes nas rodovias federais. Os dados constam no "Guia para Localização dos Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual Infanto-Juvenil ao Longo das Rodovias Federais Brasileiras", lançado ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Brasília.

Este ano foram identificados 1.918 pontos considerados vulneráveis à ocorrência de casos de violência sexual contra crianças e adolescente ao longo dos mais de 60 mil quilômetros de rodovias federais em todo país. O levantamento aponta que os locais mais críticos são pátios de postos de combustíveis, bares, restaurantes e prostíbulos situados à margem das rodovias.

Na saída de Cuiabá, BR-364, não é difícil encontrar os pontos que são frequentados por garotas, dentre elas inúmeras crianças. Só em Mato Grosso são cerca de 4,8 mil km de estradas federais por onde circulam cerca de 10 mil veículos (a grande maioria carretas e caminhões) diariamente.

Em comparação a 2006, quando haviam sido mapeados 1.222 pontos, há um aumento de mais de 55% em todo o país. No Estado, em 2006 foram catalogados 52 pontos. Isso representa um aumento de 12% se comparando com as informações obtidas este ano.

A identificação destes locais foi possível graças ao mapeamento dos corredores viários do país. O relatório é elaborado pela Divisão de Combate ao Crime, com apoio da Coordenação de Inteligência e de 151 Delegacias da PRF. A pesquisa vai ajudar no traçado de estratégias para combater a exploração sexual infanto-juvenil.

O sociólogo Naldson Ramos avalia que a criação do brasileiro ainda cultua, aprova e incentiva a busca pelo prazer pago, ainda que crianças estejam sendo exploradas. "Longas jornadas de trabalho, ausência da família, são argumentos que tentam justificar a procura pela prostituição".

Ele cita ainda que só não só trabalhos de conscientização irão refletir para acabar com a situação. "Miséria e pobreza estão diretamente relacionadas". Diz também que muitos donos de estabelecimentos comerciais fomentam a prostituição porque ganham com a a venda de produtos de higiene íntima, bebida, alimentação.





Fonte: Gazeta Digital

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