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Economia
Quarta - 15 de Agosto de 2007 às 17:55

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A saída de investidores estrangeiros para cobrir perdas relacionadas ao setor de crédito de alto risco fez o dólar fechar acima de R$ 2 pela primeira vez em três meses nesta quarta-feira (15).

Em meio à volatilidade dos negócios, o Banco Central deixou de realizar pelo segundo dia seguido um leilão de compra de dólares no mercado à vista.

A moeda norte-americana subiu 2,27% e fechou a R$ 2,031, maior patamar desde 4 de maio. O dólar vinha sendo cotado abaixo de R$ 2 desde 15 de maio.

Na semana, a moeda já acumula alta de 4,10%. Só este mês, o dólar já subiu 7,86%. No acumulado do ano, no entanto, a cotação ainda registra queda de 4,96%.

Olho nas bolsas

O mercado de câmbio acompanhou fielmente o comportamento das bolsas de valores nos Estados Unidos, que tiveram mais um dia de intensas oscilações em meio às preocupações com o mercado de crédito imobiliário de alto risco.

"A temperatura e o nervosismo aumentaram no mercado, mas é mais do mesmo: a desvalorização dos ativos de risco sempre se reflete no dólar", disse ao G1 o Antonio Madeira, analista de mercado financeiro da MCM consultores.

Para o analista Sérgio Manoel Correia, da LLA investimentos, é difícil prever até quando a moeda deve subir: na crise das bolsas em fevereiro, ele subiu de R$ 2,04 para R$ 2,40. Segundo ele, isso pode representar inflação no curto prazo. "Quanto mais tempo ele ficar no patamar alto, mais vai pressionar os preços", diz.

Análise

Segundo o professor do Ibmec São Paulo, Ricardo José de Almeida, a alta na moeda reflete o aumento do risco-país, que está próximo dos 200 pontos. "Com a dúvida do mercado sobre se isso é uma turbulência ou uma crise mais longa, os investidores estão reavaliando suas posições, questionando se nosso juro compensa o risco de aplicar no país", diz.

Segundo ele, a crise desta vez tem mais fundamentos para temor do que a que atingiu o mercado financeiro em fevereiro. "Antes só havia o medo de que o setor imobiliário afetasse a economia; agora, vários fundos de investimento já estão bloqueando saques. Há muita dúvida sobre a duração do nervosismo", diz.

Dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira já detatalharam os primeiros efeitos da turbulência no exterior sobre o mercado de câmbio. O fluxo financeiro de divisas ficou negativo em US$ 201 milhões nos primeiros oito dias úteis de agosto.

A entrada de dólares no país foi sustentada no período pela atividade dos exportadores, que com o saldo positivo nas operações comerciais garantiram fluxo cambial positivo de US$ 3,376 bilhões.





Fonte: G1

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