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Nacional
Quarta - 15 de Agosto de 2007 às 15:31

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A Polícia Federal vai investigar um novo golpe contra os aposentados. Funcionários de uma empresa contratada pelo Ministério da Previdência para operar o Prevfone são suspeitos de fraudar os dados dos empréstimos consignados. A quadrilha ficava com o dinheiro e os aposentados, com a dívida.

Funcionários terceirizados do INSS que não querem ser identificados denunciam a existência de um esquema de venda de dados sigilosos de segurados. As informações seriam obtidas por meio do Prevfone - o serviço 24 horas de atendimento a aposentados e pensionistas da Previdência.

"Estava no toalete feminino e ouvi uma atendente, durante o dia, passar um número de benefício para uma financeira. Sabia que ela estava falando com uma financeira porque ela falava 'o número é esse' e repetia. Também repetia a data de nascimento da pessoa, o nome, data de início de benefício...Ela tinha todos os dados do segurado", diz uma mulher.

Fragilidades no sistema

A Central de Atendimento fica no anexo do Ministério da Previdência. São 200 atendentes contratados por uma empresa privada. O contrato entre a empresa e o Governo federal foi assinado em outubro de 2004. O valor inicial era R$ 4,5 milhões por ano. Mas foram feitas duas renovações e o contrato passou para R$ 6 milhões anuais.

Outra funcionária revela a fragilidade do sistema que reúne os dados dos aposentados e pensionistas. "Várias pessoas utilizam a mesma senha", diz ela.

Ao receber as primeiras denúncias, o Ministério da Previdência abriu investigação interna, confirmou os indícios de fraude e pediu para a Polícia Federal investigar o caso. O inquérito deve ser aberto nos próximos dias. No ofício encaminhado à polícia, o ministério afirma que a suspeita recai sobre um grupo de aproximadamente 11 pessoas.

Como funciona

No documento, o ministério também revela como funcionaria o esquema: uma atendente, ao identificar o benefício cujo titular ainda não tinha empréstimo, repassava os dados para um representante de um banco ou financeira. A seguir, o empréstimo era concedido.

Um "laranja" retirava o dinheiro e transferia a comissão para o atendente. Quem pagava a conta era o aposentado ou pensionista.

Na semana passada, o ministério decidiu não renovar o contrato com a empresa terceirizada. Os funcionários já assinaram aviso-prévio.





Fonte: G1

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