Empaer testa novas variedades de feijão para Mato Grosso
O Estado de Mato Grosso possui uma área plantada de 41,3 mil hectares de feijão, com uma produção que atinge mais de 63 mil toneladas por ano e uma produtividade de 1.527 quilos por hectare. Hoje o Estado ocupa o 12º lugar no ranking nacional e produz 77% do feijoeiro comum e 23% do feijão caupi (muito utilizado no Nordeste). Os resultados de pesquisas já recomendaram para o Estado mais de 12 cultivares de feijoeiro comum, tais como, BRS Pontal, BRS Requinte, Pérola Rudá, Jalo Precoce, Carioca, Diamante Negro, Rio Tibagi e outras.
O pesquisador da Empaer, Valter Martins de Almeida, afirma que o município de Tangará foi escolhido devido à boa fertilidade do solo, condições climáticas favoráveis e bons antecedentes com o cultivo do feijão. Ele lembra que em anos anteriores, o feijão da seca ou sequeiro atingiu uma produtividade de 600 quilos por hectare na região.”O feijão da seca é considerado um plantio de risco porque depende muito da distribuição de chuvas nas fases mais sensíveis da cultura, ou seja, pré-floração até enchimento dos grãos”, explica Martins.
O trabalho começa com a seleção das variedades a serem plantadas e em seguida a pesquisadora da Empaer e doutora em fertilidade de solos e nutrição de plantas, Maria Luiza Perez Villar, pesquisa as variedades que necessitam de menor quantidade de fertilizantes, ou seja, menos exigentes, para ser utilizadas na agricultura familiar.” É necessário escolher essas variedades para garantir economia na compra de adubos para o produtor rural”, esclarece a Doutora.
Segundo Martins, das 15 variedades que estão sendo testadas, seis já estão disponíveis para os produtores rurais, BRS Supremo, Valente, Cometa, Requinte, Pontal e Jalo Precoce. A variedade Supremo foi a que atingiu a maior produtividade chegando a produzir 1.661 quilos por hectare. “Esses materiais já estão sendo disponibilizados, mas nem todos recomendados. Acredito que no próximo ano teremos bons resultados”, enfatiza Almeida.
Os experimentos estão sendo analisados também nos campos experimentais da Empaer nos municípios de Cáceres, Sorriso, Primavera do Leste e Várzea Grande. O material genético oferecido é o mesmo tanto para o produtor mecanizado como para o manual, disponibilizando cultivares de qualidade e mais adaptadas às demandas de consumo.
Valter acredita que esse trabalho de pesquisa terá resultados positivos em dois anos, e com a possibilidade de apresentar duas novas variedades capazes de satisfazer as exigências dos produtores, principalmente da agricultura familiar, consumidores e aumentar a oferta dessa leguminosa em nível nacional. " Nos últimos anos, o produtor vem aprendendo a produzir feijão, escolhendo a área adequada, plantando a variedade correta e se enquadrando para produzir com qualidade. Esses novos genótipos também são resultados dessa produtividade", conclui Martins.
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