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Cidades/Geral
Terça - 14 de Agosto de 2007 às 09:45

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Jornada de trabalho sem limites de horas e estradas em péssimas condições. Atualmente, essa é a realidade das rodovias brasileiras. Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Trabalho com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelou que 70% dos caminhoneiros trabalham mais de 13 horas por dia. A combinação entre direção e cansaço acaba resultando em acidentes.

Segundo a PRF, no primeiro semestre deste ano foram mais de 1.150 acidentes registrados nas estradas de Mato Grosso, sendo 669 o número de pessoas feridas e 93 mortas.

A PRF estima que caminhões e carretas se envolveram em 70% desses acidentes. Somente no mês de julho, dos 17 acidentes registrados nas BRs do Estado, 16 ocorreram com caminhões. Para o motorista Sironei de Paula, que dirige há 25 anos, o cansaço atrapalha muito na hora de dirigir. "Meu limite é o sono", afirmou.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos, Walter Jones Pereira, os motoristas de ônibus interestaduais trabalham 8 horas por dia e depois são substituídos, enquanto que os caminhoneiros trabalham entre 18 horas a 20 horas.

O sindicalista espera que o Congresso vote e aprove uma lei que limite a jornada de trabalho da categoria. Segundo ele, 12 horas e meia seria o máximo para um caminhoneiro. A fiscalização seria feita com base nos dados do tacógrafo, um disco que fica trás do velocímetro, no painel do caminhão. Já para o policial rodoviário federal João Paulo Lima, esse horário de jornada deveria ser reduzido mais ainda.

As constatações dos acidentes vêm ao encontro de uma pesquisa realizada pelo Ministério Público do Trabalho no sul de Mato Grosso. O levantamento divulgado na semana passada ouviu 122 caminhoneiros e mostrou que 30% dos motoristas usam algum tipo de droga para suportar longas viagens. Desses, 71% trabalham mais de 13 horas e 31% dormem menos de cinco horas por dia.

A pesquisa comprovou também que tem razão quem reluta em pegar no volante para fazer uma viagem. Além dos trechos perigosos e do grande movimento, os motoristas estão preocupados se as manobras realizadas por outros caminhoneiros nas rodovias são feitas com lucidez.. "Não adianta tomar cafezinho ou molhar o rosto. Deu sono, o motorista deve parar", disse o caminhoneiro Sironei de Paula.





Fonte: Redação TVCA

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