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Terça - 14 de Agosto de 2007 às 08:03
Por: Keity Roma

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O acidente que vitimou uma criança de dois anos, integrante do acampamento do MST de Cáceres, será um dos principais assuntos abordados durante a reunião da coordenação do movimento com o Incra, marcada para hoje, às 14 horas, na sede do órgão. Os manifestantes disseram acreditar que fatalidades do tipo podem ser evitadas se o poder público der celeridade a processos de assentamento, que há cinco anos estão estagnados, e retirar centenas de famílias de locais impróprios para habitação, como por exemplo, margens de rodovias.

Há mais de uma semana, cerca de 300 famílias estão na avenida Talhamares, a principal de Cáceres. Elas foram despejadas da Fazenda Rancho Verde, que estava prestes a ser desapropriada em favor dos ocupantes. O entrave para a conclusão da desapropriação surgiu com uma reivindicação do proprietário da área, que quer reduzir o tempo de resgate dos Títulos da Dívida Agrária (TDAs) de cinco para dois anos. O superintendente do Incra, Leonel Wolfhart, disse que tentará negociar.

Para as crianças brincarem, com menos risco de serem atropeladas pelos veículos que passam ao lado da calçada em que estão acampadas, o grupo interditou um lado da pista. “Lá, eles não têm onde ficar, então, acabam brincando na rua. Ainda há muitas outras dificuldades. Por exemplo, não tem banheiro e nem água. Para tomar banho é preciso pegar baldes na igreja e ir até um cercadinho improvisado”, relatou Valéria Souza, que acompanha o grupo da cidade.

Até amanhã todos devem ser levados provisoriamente para outros acampamentos, mas ainda não é possível afirmar quanto tempo permanecerão nas áreas. Em Poxoréu, outras 80 famílias do MST vivem situações semelhantes, às margens da MT-130. “Esperamos que o acidente em Cáceres sensibilize as autoridades para que tomem providências para assentar essas pessoas e acabar com esse risco a que estão submetidas”, disse o coordenador do MST, Dojival dos Santos.

O movimento reivindicará hoje celeridade nos processos de assentamento e desapropriação, no total são nove em andamento; o cadastramento oficial de todas as famílias acampadas, registro que ainda não existe, e a divisão por lotes de áreas de assentamentos que há anos foram entregues.





Fonte: Diário de Cuiabá

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