Produtores rurais reclamam da falta de crédito e exigem mudança na lei

Produtores rurais de Mato Grosso discutem em Cuiabá mudanças na medida provisória, que renegocia as dívidas agrícolas. Emendas à medida foram apresentadas, mas ainda falta a votação no Senado Federal e na Câmara dos Deputados.

A medida provisória editada pelo governo previa o parcelamento das dívidas em quatro vezes, com a última parcela em 2012. Também cria um Fundo de Liquidez com 10% dos recursos vindos dos produtores rurais, 20% das empresas privadas e 15% do Tesouro Nacional, que servirá de garantia para o pagamento das dívidas.

Os recursos destinados para custear essas operações seriam de R$ 2,2 bilhões.

Com as emendas apresentadas no Senado, o valor destinado sobe para R$ 9,2 bilhões. As parcelas das operações de custeio agropecuário das safras 2003/2004 e 2004/2005 que já estão vencidas ou que vencem em 2007 serão prorrogadas para um ano após o vencimento da última parcela.

Foi criado ainda um bônus de até 15% para quem saldar a dívida.

As emendas apresentadas são resultados de negociações feitas com o governo, mas a Medida Provisória ainda tem que passar por mais duas votações, uma no senado e outra na câmara federal. O desafio agora é superar a crise política que está trancando a pauta no senado.

“Estamos pedindo para o DEM e PSDB para que faça uma exceção desta matéria, para que seja votada pela urgência e pela necessidade”, disse o senador Jonas Pinheiro (DEM-MT).

Para o setor a Medida Provisória com às emendas apresentadas, vai amenizar a crise no campo.

“Ela não vai atender em 100% a dívida rural do país, mas já será importante para colocar esses produtores em uma situação de adimplência”, disse o deputado federal Homero Pereira (PR-MT).

Mas o plantio da próxima safra está chegando e os produtores rurais têm pressa.

“Até agora nós não operacionalizamos isso, não contratamos essas operações, portanto estão trancando um novo crédito para a safra futura”, disse Rui Prado, presidente da Aprosoja.