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Economia
Segunda - 13 de Agosto de 2007 às 19:24

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Em meio a um aquecido mercado internacional de milho, o Brasil tem feito negócios de exportação do cereal com embarques previstos para março de 2008, algo que nunca ocorreu de forma antecipada para vendas da safra de verão, disseram fontes do mercado.

Esse movimento de vendas de um produto que ainda nem foi plantado já ocorre normalmente no mercado de soja, um setor que tem o Brasil como um dos principais "players" mundiais.

Mas não é inédita a antecipação das vendas externas de milho do País, pois parte da produção da segunda safra (safrinha) deste ano já foi assim negociada, com os brasileiros tentando ganhar mercados no exterior depois que os Estados Unidos decidiram usar um volume maior do grão para produção de etanol, mudando, como consequência, os preços de patamar.

"Foi feito alguma coisa, trabalho há 22 anos com milho e isso nunca aconteceu", disse um corretor do Paraná, referindo-se às vendas antecipadas para exportação de milho da safra de verão.

"Já vendeu bastante, bem diferente de anos anteriores, os preços estão bons, a Europa está demandando bem e os produtores se animam a plantar", afirmou um segundo corretor, de São Paulo, que também pediu para não ser identificado.

"Os preços estão convidativos para os produtores, é atípico por causa da seca na Europa", acrescentou a fonte paranaense, explicando que europeus buscam o cereal brasileiro para cobrir perdas na safra européia.

Além disso, o fato de o milho brasileiro não ser transgênico colabora nas vendas, uma vez que países europeus exigem o produto convencional para a alimentação humana.

"Eles estão vindo pagar o que os vendedores estão pedindo", observou a primeira fonte, acrescentando que a alta do dólar na semana passada também ajudou nos negócios.

As vendas antecipadas provavelmente têm origem no Paraná, o maior produtor nacional, ou no Mato Grosso, o segundo.

Exportações recordes

As vendas antecipadas para embarques em 2008 são consideradas um bom começo para o próximo ano, podendo significar uma continuidade das expressivas exportações de 2007.

Este ano o Brasil deverá exportar entre 7,5 milhões e 8 milhões de toneladas, o que seria o dobro do volume registrado em 2006.

O volume é elevado para o Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, que costuma destinar grande parte da produção de milho para a produção de ração. A safra 2006/07 foi estimada em 50,6 milhões de toneladas.

No último mês, no entanto, exportadores competiram fortemente com as indústrias pelo milho, elevando as cotações domésticas.

"Os preços reagiram quando as tradings começaram a comprar para cumprir contratos de exportação", disse o gerente técnico e econômico da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), Flávio Turra, confiando que o Brasil atingirá as estimativas de exportação.

"Estão pagando R$ 21 (por saca de 60 kg) no porto (de Paranaguá). Isso viabiliza a exportação, permitindo que o produtor receba cerca de R$ 17 no interior", afirmou Turra.

Há cerca de um mês, antes das tradings voltarem ao mercado, o milho caiu para menos de R$ 14/saca, devido à colheita da safrinha.

O Brasil deve repetir em agosto as cerca de 1 milhão de toneladas de milho embarcado em julho, segundo o corretor paulista. No acumulado do ano até a semana passada, o país já tinha embarcado 4,9 milhões de toneladas do cereal, de acordo com levantamento junto aos portos.





Fonte: Reuters

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