Diretora da Anac terá de depor em duas CPIs
A gota d’água para a convocação de Denise à CPI da Câmara foi mais uma suspeita de uso inadequado do cargo de comando na agência reguladora do setor aéreo. Na edição de ontem, o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem mostrando que Denise orientou as companhias aéreas a reagirem às medidas do Conselho de Aviação Civil (Conac) para desafogar o Aeroporto de Congonhas. A diretora nega que tenha orientado ou estimulado a reação das empresas. Já o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou que examinará o caso hoje.
“O melhor é que ela vá à CPI, onde terá oportunidade de defender suas posições. Acho que ela deveria se colocar à disposição até para defender o trabalho da diretoria da Anac e sua própria atuação”, disse ontem o relator da CPI na Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS). “O requerimento de convocação de Denise Abreu será aprovado na quarta-feira e vamos agendar para quinta-feira o depoimento. Não se pode ficar sob suspeição dessa maneira. O melhor é que se explique logo”, disse o presidente interino da CPI, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A convocação de Denise no Senado foi motivada pela acusação do brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, de que a diretora tentou favorecer um amigo, Carlos Ernesto Campos, da Tead Terminais Aduaneiros, em uma tentativa para transferir o serviço de transporte de cargas dos Aeroportos de Congonhas e Viracopos, em Campinas, para o de Ribeirão Preto. Agora, com a denúncia de que Denise teria estimulado a reação das empresas, os senadores cobrarão explicações.
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