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Internacional
Domingo - 12 de Agosto de 2007 às 17:36

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MOSCOU - A Marinha russa e os familiares dos 118 oficiais e marinheiros mortos na tragédia do submarino nuclear "Kursk" lembraram neste domingo, 12, em várias partes do país o 7.º aniversário da tragédia. "Memória eterna para os tripulantes de submarinos russos mortos em postos de combate", dizia a mensagem lida por um oficial da Marinha em um ato realizado no porto de Murmansk, no mar de Barents.

Pouco antes do meio-dia (horário local), no píer do porto onde o "Kursk" zarpou em 10 de agosto de 2000, oficiais e tripulantes de submarinos nucleares fizeram um minuto de silêncio cronometrado simbolicamente por um dos marinheiros.

O "Kursk", orgulho da Marinha russa, era equipado com 24 mísseis de cruzeiro Granit e considerado indestrutível pelos marinheiros russos.

Sete anos depois da tragédia, muitos parentes dos marinheiros mortos ainda não estão satisfeitos com as explicações dadas pelo procurador-geral, Vladimir Ustinov, que publicou um livro com a versão oficial da tragédia intitulado "Kursk".

Como se soube depois, a cúpula militar escondeu as verdadeiras dimensões da catástrofe e recusou as ofertas de outros países de ajuda para resgatar os tripulantes do submarino, que não morreram inicialmente na explosão.

Silêncio

Em todas as bases e navios de guerra da frota russa no mundo todo houve neste domingo um minuto de silêncio e arriou-se a bandeira de Santo André, padroeiro da Marinha, informaram agências russas.

Na basílica militar da cidade russa de São Petersburgo, de onde eram 32 dos marinheiros, foi celebrada uma missa e foram depositadas coroas de flores em um monumento de mármore branco na Alameda dos Heróis, tradição que data do século 18.

Em Kursk, cidade que deu o nome ao veículo marinho, parentes e militares depositaram coroas de flores no memorial aos mortos. No local, estão os corpos de 12 dos marinheiros resgatados do interior do submarino 15 meses após o acidente.

Também foram feitas orações e outros atos em memória dos mortos em Severodvinsk, em cujos estaleiros o submarino foi construído, e em Baltiisk, onde fica a base da Frota Russa do Báltico, à qual o "Kursk" pertencia. A tragédia do submarino nuclear foi lembrada em Sebastopol, sede da Frota Russa do Mar Negro, na frota do Pacífico em Vladivostok e em outras localidades russas, ucranianas e bielo-russas.

Investimento

O porta-voz da Marinha, Igor Digalo, disse que, desde o acidente do "Kursk", foram destinadas grandes quantias de dinheiro para a construção de novos navios de resgate e para a compra de batiscafos.

Além disso, destacou a integração dos corpos de salvamento da Rússia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e a obrigatoriedade do uso de escafandros em toda a frota russa.

Nenhuma autoridade russa admitiu que 23 marinheiros conseguiram sobreviver por um período de dois dias após o acidente. Depois da explosão na câmara de mísseis, os tripulantes foram para o compartimento número nove do submarino, localizado na proa, e emitiram sinais de socorro por 48 horas.

As cartas deixadas por alguns dos marinheiros confirmaram que muitos deles sobreviveram à explosão e tiveram uma morte horrível.

O Kursk foi localizado a 108 metros de profundidade na madrugada de 13 de agosto, quando ainda era possível salvar 23 tripulantes, mas o Kremlin só aprovou a operação internacional de resgate uma semana depois do acidente.

Após semanas de busca, foram resgatados os corpos de 115 ocupantes do submarino, mas não os dos marinheiros Dimitri Kotkov e Ivan Nefedkov, e do técnico Mamed Gadzhiev, que ainda estão sob a água.

No entanto, o legista sênior do Ministério da Defesa, Victor Kalkutin, contra o qual os parentes apresentaram uma ação judicial, afirma que os marinheiros morreram entre dez segundos e oito horas após a explosão e que, em nenhuma hipótese, os 23 tripulantes que sobreviveram poderiam ter sido resgatados com vida.

O almirante Gennady Suchkov - após um julgamento "injusto", segundo a imprensa -, e outros 14 oficiais da Marinha russa foram escolhidos como "bode expiatório" e expulsos do serviço ativo da corporação.




Fonte: EFE

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