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Nacional
Domingo - 12 de Agosto de 2007 às 15:03

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São Paulo - O veneziano Sebastião Caboto foi um dos mais importantes navegadores do século 16. Chegou ao posto de capitão-mor das esquadras marítimas da Espanha, em plena época das grandes navegações, quando o país dividia com Portugal a supremacia das operações náuticas. Entretanto, em 28 de outubro de 1526, o capitão sofreu uma derrota para os mares brasileiros. Naufragou ao tentar entrar na Barra Sul da Ilha de Santa Catarina. O acidente não foi exclusividade de Caboto, já que pelo menos outras nove embarcações tiveram a mesma sorte desde 1516 até hoje naquele local.

Os destroços de alguns desses navios estão prestes a voltar à tona por meio de um projeto da ONG Barra Sul, de Santa Catarina, que no mês passado recebeu da Marinha brasileira a autorização para explorar os restos de três dessas embarcações.

O projeto da ONG é construir um museu com essas peças e resgatar a história desses navegadores. “No começo a gente tinha até essa idéia de achar tesouros, ouro, mas depois percebemos a importância histórica desses navios. Agora queremos deixar o resultado para a comunidade”, afirma Gabriel Corrêa, diretor executivo da organização.

Foi Corrêa quem achou a primeira embarcação. Em 2004 ele estava mergulhando na área e achou uma âncora, que após ser analisada por arqueólogos, foi identificada como sendo de um barco espanhol do século 16. Dada a coincidência entre o local da descoberta e os relatos históricos, é praticamente certo que o barco seja o de Caboto. Desde então, foram achados outros dois navios. Um outro do século 16, provavelmente resultado do naufrágio do capitão espanhol Juan Diaz de Sólis, em abril ou maio de 1516, e outro acidentado há cerca de 100 anos, ainda sem identificação.

Documentário

A primeira fase do projeto da ONG é a produção de um documentário sobre esses acidentes. A intenção é atrair a iniciativa privada e conseguir financiamento para as explorações, que devem consumir R$ 500 mil por ano. O primeiro passo para isso eles já deram: foram autorizados pelo ministério da Cultura a captar cerca de R$ 550 mil junto a patrocinadores para o documentário. Os investidores têm direito a renúncia fiscal, ou seja, podem abater esse valor dos impostos. Segundo o diretor da ONG, a primeira parte da verba, de valor ainda não definido, vai sair da empresa de energia Celesc e a organização está em negociação com outras companhias para obter o restante.

No filme, que vai levar o nome de “Santa Catharina - A História não Revelada”, a ONG quer tratar do assunto de uma perspectiva histórica. Algumas cenas serão dramatizadas, com atores representando os navegantes. Dois artistas da Rede Globo estão cotados para viver o papel de Caboto, que será o personagem central. Haverá também imagens subaquáticas, mostrando as pesquisas da organização. As filmagens devem começar em setembro.

O diretor da organização espera começar as escavações no primeiro semestre do ano que vem. “Essa época é a ideal para o trabalho. No resto do ano as correntezas aumentam e a água fica mais fria e turva, o que prejudica a visibilidade”, diz. O prazo dado pela Marinha para a exploração foi de no máximo quatro anos.





Fonte: AE

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