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Internacional
Domingo - 12 de Agosto de 2007 às 13:19

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Buenos Aires - Se as pesquisas estiverem certas e a intuição dos analistas políticos for aguçada, a primeira-dama e senadora Cristina Kirchner, vencerá no dia 28 de outubro as eleições presidenciais. A partir dali, começará uma peculiar - e inédita no mundo - transição política de marido para mulher, que culminará em 10 de dezembro, quando Néstor Kirchner passará a faixa e o bastão presidencial à Cristina. Ela deixará de ser a primeira-dama. E ele se transformará, como costuma dizer brincando, no 'primeiro-cavalheiro'.

No entanto, nem tudo serão flores. Cristina herdará do marido - seu atual cabo eleitoral - uma pesada herança política e econômica.

Analistas afirmam que Cristina já está preparando a solução para alguns dos problemas que Kirchner não conseguiu resolver em quatro anos de governo. Outras questões, no entanto, possivelmente terão a mesma estratégia aplicada com intensidade por Kirchner, ou seja, 'bicicletear' - gíria portenha para 'empurrar com a barriga'.

Kirchner demonstrou habilidade para improvisar no meio de crises. Chegou ao poder com apenas 22% dos votos; padecia da imagem de que seria um mero títere nas mãos de seu antecessor, o ex-presidente Eduardo Duhalde; precisava lidar com o monumental calote da dívida externa. Além disso, o país ostentava níveis recorde de pobreza e desemprego.

Em pouco mais de quatro anos, tornou-se o presidente civil mais poderoso da história argentina, dominando o Parlamento, os governos provinciais e a Justiça. Reduziu o desemprego a um dígito, diminuiu a pobreza à metade e conseguiu negociar a reestruturação da dívida externa - empurrando bilionários pagamentos para o fim da próxima década. Na falta de investidores europeus e americanos, atraiu os brasileiros, mexicanos e chilenos. Resta saber se o time que Cristina convocará para seu gabinete terá a mesma capacidade para driblar problemas.

Em campanha

Desde que pôs na rua sua campanha, Cristina dedica-se a seduzir o capital. Ao contrário do que fez o marido, tenta convencer os mercados que seu eventual futuro governo primará pela previsibilidade e o tratamento afável ao empresariado. Para isso, nos últimos dias, passou pela sabatina da nata empresarial espanhola em Madri e dos CEOs das multinacionais americanas em Buenos Aires, além de reunir-se com os diretores mundiais de duas grandes indústrias automobilísticas.

Na última semana, o casal - especialmente Cristina - reforçou sua estratégia de mostrar uma imagem mais 'light' aos mercados ao iniciar um gradual afastamento do presidente venezuelano, Hugo Chávez, na esfera política. No entanto, continuam os fortes laços econômicos a 'Revolução Bolivariana'.




Fonte: AE

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