Pais cuiabanos ressaltam importância da união familiar

Herói, amigo e protetor. Essas são as imagens que um filho tem do pai. Durante a infância, a figura desse personagem é de um homem que sai cedo e chega tarde, ora sisudo, ora desligado demais. Sempre há uma boa narrativa para a figura paterna no imaginário das pessoas.

A palavra pai vem do latim pater, designada originalmente a toda pessoa que dava origem a outro ser. A data em comemoração ao Dia dos Pais, que foi criada há 4 mil anos na antiga Babilônia, surgiu para fortalecer os laços familiares. A comemoração não acontece no mesmo período e nem da mesma forma que em outros países. No Brasil, o Dia dos Pais é comemorado no segundo domingo de agosto. É quando a família se reúne e os pais são presenteados. Na economia, a data não é tão lucrativa quanto o Dia das Mães, considerada a segunda melhor data para o comércio, só perdendo para o Natal.

Pai há 59 anos

Um pouco mais que um time de futebol ao redor da mesa. É assim que o senhor Ciro Ribeiro se orgulha em comemorar há 59 anos o dia dos pais, juntamente com os 13 filhos. Não que ele seja apaixonado por futebol, mas o orgulho se torna maior ainda por esta ser a realidade de poucas famílias.

Com 83 anos de idade e casado há quase 60, Ciro confessou à equipe de reportagem da TVCA que era tão apaixonante ser pai que, quando tinha um filho, logo já sonhava com outro. "Cada filho é uma benção de Deus e ter a casa cheia sempre é bom", destacou ele.

Ao todo foram 16 filhos, sendo que três deles já faleceram e dois são adotivos. Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo do caminho, para dar uma boa criação aos filhos, Ciro explicou que era muito mais fácil fazer isso naquela época do que atualmente. O motivo estaria no respeito e no amor familiar que, segundo ele, está se perdendo cada vez mais entre as famílias. Esta seria a grande receita para se ter uma família verdadeiramente feliz.

"A minha maior felicidade está em ver que a criação que pude dar aos meus filhos resultou em bons maridos e excelentes pais".

Formação da personalidade

Para a psicanálise, a imagem paterna é fundamental no processo de formação da personalidade do indivíduo e sua constituição durante a infância. Segundo estudos da psicologia e psicanálise, a presença ou a ausência do pai, conduz diversas características do indivíduo ao longo de sua vida, como sexualidade e caráter.

Na nova formação familiar, o pai, que antes era apenas quem repreendia o filho e sustentava a casa, hoje participa da criação e também de assuntos da vida dos rebentos, onde somente a mãe se interava, como: escola, amigos e aprendizado. É o caso do educador João Custódio da Silva (42), que há 9 anos se separou da esposa e vive com as filhas Joelma Luísa (17) e Carolina Maria (16). Para João, adequar sua rotina à vida das filhas não foi uma tarefa difícil. Ele, que é diretor de uma escola estadual e não tem empregada em casa, teve que dividir o tempo entre o trabalho, afazeres domésticos e

fazendo laços de cabelo. Afinal Joelma e Carolina passaram por toda fase adolescente na companhia de um homem.

Quando questionado sobre os namorados e educação sexual, caminho inevitável na formação do indivíduo, João não titubeou. “Achei que poderia ter problemas, mas o hábito da minha profissão me auxiliou nessa hora”, salienta o pai. Ele conta também com a mãe que, contrariamente ao corriqueiro, está com as filhas nos finais de semana.

O mais difícil para Custódio foi o surgimento de uma namorada e um novo casamento. "As meninas, que ainda eram pequenas, sentiram ciúmes de uma outra mulher no lugar da mãe. Para elas, eu pertenço a elas e sou intocável". O problema acabou com o fim do seu segundo casamento. Hoje, com as filhas maiores, Joelma na faculdade e Carolina no colégio, o educador se

dedica um pouco mais à vida afetiva.

Pai mais uma vez

A ansiedade e a expectativa são grandes para Robson Mendonça, que será pai pela terceira vez no próximo dia 20. Com apenas 24 anos e casado há quatro, o jovem pai destacou que ter filhos é um 'projeto de Deus'. Para ele, o grande desafio está em não ser apenas pai, mas sim, ser bom e dar amor aos filhos.

Robson avalia que a falta do amor é o grande motor que tem trazido diversos problemas a inúmeras famílias. Apesar de ser bem jovem, Robson ressaltou que a maturidade é um dos grandes ingredientes para uma boa convivência familiar. "Claro que a maturidade é adquirida com as experiências do dia-a-dia. E ela se faz necessária para entendermos a grande responsabilidade que temos para com nossos filhos", concluiu.