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Internacional
Sábado - 11 de Agosto de 2007 às 19:38

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Receber o título homem mais alto do mundo não significou grande coisa para Leonid Stadnyk, que padece a duras penas para sobreviver com sua mãe em um pequeno vilarejo na região central da Ucrânia.

A organização de recordes mundiais Guinness World Records lhe concedeu a título na semana passada. Mas Stadnyk sentiu mais orgulho pelo presente que recebeu das autoridades locais em seu aniversário de 37 anos: um banheiro com um chuveiro alto o suficiente para seus 2,57 m de altura.

"Não preciso de glórias. Só quero uma vida normal com condições normais", disse Stadnyk, sentado em uma poltrona que parecia minúscula, em frente à sua modesta casa. "Quero dizer às pessoas que todos são diferentes, não existem duas maçãs idênticas em um barril. Mas o mundo é feito para pessoas medianas."

A extraordinária altura do ucraniano é um fardo e não uma bênção. Seu crescimento espetacular começou entre os 10 e os 12 anos. Ele é relutante em discutir os detalhes, embora a mídia local afirme que uma operação no cérebro tenha causado problemas hormonais que provocaram o crescimento.

Ele era um bom aluno e se tornou veterinário. Para cursar a faculdade, ele tinha de viajar 50 quilômetros diariamente para a cidade de Zhytomyr, pois não havia dormitórios de estudantes grandes o suficiente para Stadnyk.

Ele teve de largar seu emprego, já que não parava de crescer e não havia meios de transporte normais que pudesse usar. Stadnyk passou a usar uma carroça com um cavalo, uma situação longe da adequada para um emprego que exige viagens rápidas.

Como não encontrava sapatos que servissem, os pés de Stadnyk sofriam de inflamações graves causadas por congelamento no inverno. Suas mãos tornaram-se grandes demais para controlar vários tipos de equipamento, e sua saúde se deteriorou, com seus órgãos sobrecarregados pelo trabalho de dar sustentação a uma estrutura tão imensa.

Pensão

Ele e sua mãe vivem de uma pequena pensão que equivale a cerca de US$ 100 (R$ 200) ao mês, além do pouco que conseguem ganhar com o cultivo de tomates e pepinos, e com a criação de galinhas, vacas e porcos.

Um vilarejo mínimo, Podoliantsi é uma coleção de casas modestas e bem cuidadas a 200 quilômetros da capital, Kiev, em uma região tradicionalmente conhecida como "o cesto de pães" da Europa.

O brilho da sociedade consumista de Kiev desaparece na região coberta de florestas e lagos. Carros importados dão lugar aos Ladas soviéticos e caminhões da era soviética, que ocasionalmente têm de desviar de carroças puxadas por cavalos. Para Stadnyk, as coisas mais simples se tornam problemas.

Seu telefone celular desaparece em sua mão (que mede 31 centímetros) e o teclado pequeno é difícil de usar. Mas o mais frustrante é a falta de mobilidade e dependência dos outros. "Não há nada aqui. Não há escolas, bibliotecas, nem centro cultural", disse ele. Um ônibus poderia resolver o problema, acrescentou.

Sua mãe agora anda de muletas. Stadnyk também tem dificuldades para andar: seus pés não agüentam o peso de seu corpo. Presente durante a entrevista está o médico da região, Leonid Pavlyuk. Ele disse que Stadnyk reclamou de problemas no coração na noite anterior. O médico disse que sua saúde é "estável".

Andriy Danylov, chefe da comunidade local que doou o chuveiro, disse que Stadnyk também recebe medicação com hormônios importada, que exige autorização governamental. "Ele precisa não apenas do status de deficiente, mas de proteção do governo", disse Danylov.

Stadnyk espera uma melhoria de coisas práticas, como transporte, máquinas agrícolas e, talvez, algo mais. "Sonho em me casar, mas tenho problemas e não quero passar meu fardo para os ombros de uma mulher", disse ele. "Os médicos me dizem que eu vou viver por um longo tempo. Espero que seja em felicidade."




Fonte: G1

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