Lula confirma interesse brasileiro em ampliação do Canal do Panamá
“Já há muito tempo o presidente Torrijos tem demonstrado interesse de participação das empresas brasileiras no processo de licitação das obras do canal do Panamá”, afirmou o presidente em entrevista a jornalistas brasileiros.
“Ele conhece a qualidade da engenharia brasileira, ele conhece a qualidade das obras que as empresas de construção civil no Brasil fazem”, afirmou o presidente, lembrando que o processo deve contar com a participação de empresas de vários países.
“Certamente o Brasil disputa isso com boa possibilidade de ganhar a sua participação.”
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Quatro construtoras brasileiras – Andrade Gutierrez, Camargo Correa, Queiroz Galvão e Odebrecht – estão interessadas na obra da terceira eclusa, que terá um orçamento total de US$ 5,5 bilhões.
O edital de pré-qualificação sai em outubro, e até dezembro serão escolhidos os consórcios de empresas que vão participar do processo final.
Executivos das quatro empresas participaram da comitiva presidencial e queriam justamente a interferência do presidente Lula para convencer o presidente panamenho da competência das construtoras brasileiras.
“Pedimos ao presidente que, em igualdade de condições, ele interceda por nós”, disse o diretor de relações institucionais da Andrade Gutierrez, Flavio Machado Filho. “Queremos que ele faça uma propagando das empresas brasileiras”, disse.
Visita
Vestindo guaiabeira (camisa com nervuras e quatro bolsos utilizada na América Central e no Caribe em substituição ao terno) e um chapéu panamá, o presidente visitou a eclusa com a primeira-dama, Marisa Letícia, e a comitiva de empresários brasileiros e conheceu o projeto de ampliação do canal.
Eles viram as comportas se abrindo e vários navios passando em direção ao Oceano Pacífico. Passam em média 35 embarcações por dia nas duas eclusas do canal, com o pagamento mínimo de US$ 250 mil. Para passar com hora marcada e evitar a espera, paga-se pelo menos US$ 500 mil.
A travessia completa, entre os dois oceanos, demora cerca de 24 horas, incluindo o tempo de espera para passar pelas comportas. O trajeto é de 90 quilômetros.
A obra foi construida entre 1904 e 1914, pelos Estados Unidos. A partir de 2000, o canal passou para a administração do governo panamenho.
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