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Cidades/Geral
Sexta - 03 de Maio de 2013 às 06:54
Por: JOANICE DE DEUS

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Além da imunização, os moradores das aldeias reclamam da falta de saneamento básico nas reservas, o que causa doenças
Além da imunização, os moradores das aldeias reclamam da falta de saneamento básico nas reservas, o que causa doenças
Menos de 10% da população indígena a ser imunizada contra gripe recebeu a dose da vacina em Mato Grosso. Dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) mostravam que apenas 9,41% (3.679) do total de 39.086 índios foram vacinados. O percentual é um dos baixos da região Centro-Oeste. No vizinho, Mato-grosso do Sul, por exemplo, o índice era 62%. 

 
 
"A baixa imunização é um reflexo da falta de cuidado com a saúde indígena. Temos acompanhados manifestações e vistos as comunidades reclamarem da falta de medicamentos, dificuldades em consultas e de uma maior atenção no encaminhamento de exames", avalia Gilberto Vieira, da equipe de Coordenação do Conselho Indigenista Missionário (CIMI). No caso da gripe, as doses são administradas em toda a população indígena, independente da faixa etária. 

 
 
Dentro deste contexto, Vieira cita a morte de quatro crianças xavantes na reserva Marãiwatsédé, (a antiga gleba Suiá-Missú, em Alto Boa Vista), supostamente por ingestão de água contaminada com agrotóxicos. "É um quadro bastante complicado. A própria estrutura para atendimento é precária e a equipe técnica já denunciou a situação", frisou. 

 
 
No Estado, as comunidades indígenas estão sob a responsabilidade de quatro distritos sanitários (Dseis Cuiabá, Xavantes, Kayapó e Xingu). Responsável pela Imunização - Dsei Cuiabá, Ana Beatriz Almeida explica que as equipes que estão nas comunidades não conseguem fazer a inserção de dados toda a semana. "As equipes ficam 20 dias nas aldeias", comentou reforçando que cada distrito tem sua realidade e peculiaridade em relação ao acesso às comunidades. 

 
 
Segundo Ana Beatriz, nos pólos de Cuiabá a meta de imunizar 95% dos indígenas tem sido alcançada. "Não há essa baixa", garantiu. Ela lembrou ainda que os dados dos pólos (10) ainda não estão fechados e que a campanha foi prorrogada. 

 
 
Em todo país, o Ministério da Saúde pretende vacinar, até o dia 19 de maio, 196 mil índios contra as principais doenças que atingem as comunidades. Ao todo, 34 distritos sanitários especiais indígenas devem receber a campanha. A ação faz parte da Semana de Vacinação das Américas e Semana Mundial da Vacinação promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). 

 
 
As doses serão aplicadas em 172 etnias de 1.389 aldeias. Mais de 4 mil profissionais de saúde estão envolvidos na ação, sendo 52% deles indígenas que desempenham funções de agentes de saúde e de saneamento. 

 
 
Conforme os grupos prioritários estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), serão vacinados 4.682 indígenas menores de 1 ano, 21.406 com idade entre 1 e 4 anos, 42.446 mulheres em idade fértil e 11.004 indígenas maiores de 60 anos. O investimento, segundo o ministério, é R$ 4.322.435,15. No ano passado, 185.984 indígenas foram imunizados. (Com Agência Brasil) 





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