<b>26 milhões de brasileiros são fumantes</b>

A pesquisa da Unifesp e Santa Casa mostra uma prevalência de fumantes de 20%, o que corresponde a 26 milhões de brasileiros. Da população estudada, 66% fumou em algum momento da vida. No geral, existem três fatores que podem levar a pessoa a fumar: condicionamento, prazer e dependência. Apesar de nem todos os fumantes serem dependentes, o vício costuma se instalar rapidamente, em semanas ou até dias.

O risco de os adolescentes experimentarem o cigarro parece, em muitos casos, quase inevitável, pois faz parte da essência do indivíduo nessa fase querer testar coisas que são consideradas perigosas. "Em Cuiabá, uma pesquisa aponta que é menor o número de estudantes de melhor poder aquisitivo que fumam, pois eles têm mais acesso à informação, os pais têm mais escolaridade e orientam melhor, eles têm mais oportunidade de ir ao cinema, teatro, praticar esportes ou viajar, ou seja, formas de obtenção de prazer fora do vício", pontua o pneumologista Clóvis Botelho, que foi orientador da pesquisa que foi tese de mestrado na UFMT. Se não fosse a Aids, o tabagismo seria o principal problema de saúde pública do mundo. Todos os anos, cerca de 4,9 milhões de pessoas morrem deste mal evitável. A tendência é ainda desta estatística aumentar, caso não sejam tomadas medidas fortes. Em 2020 esse número subirá para 10 milhões de mortes por ano - é o que prevê a Organização Mundial da Saúde. Não há como subestimar o cigarro. Um maço por dia dá ao viciado cerca de 73 mil sensações de bem-estar por ano.