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Cidades/Geral
Sexta - 10 de Agosto de 2007 às 07:36
Por: Débora Siqueira

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Pesquisa realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de Mato Grosso, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), aponta que, além do conhecido "rebite", os caminhoneiros estão usando cocaína para se manterem acordados e cumprirem jornadas de trabalho de até 16 horas diárias. Foram ouvidos 122 caminhoneiros no dia 23 de maio, no posto da PRF em Rondonópolis (214 km de Cuiabá), das 22h às 4h. Além dos questionários, 104 realizaram coleta de urina. Do total de motoristas entrevistados, 18 recusaram a dar amostra da urina. Cerca de 40% usam cocaína ou rebites para dirigir. Próximo de 51% das amostras havia suspeita de uso de cocaína e 46% dos exames deram positivos e 3% dos caminhoneiros estavam em estado de alucinação. O procurador do trabalho, Paulo Douglas Almeida de Moraes, destaca que os dados são subestimados e a realidade do número de motoristas drogados é muito maior.

A pesquisa foi realizada com 110 motoristas empregados de empresas transportadoras de cargas e 12 autônomos. Apenas 42% dos caminhoneiros admitem o uso, mesmo que raro, da cocaína. Dos 18 caminheiros que recusaram fazer a amostra da urina, 33% assumiram o uso de cocaína.

O uso do anfetaminas, os tradicionais rebites foram apontados na amostra de 8% dos entrevistados. Os caminhoneiros adquirem os estimulantes em diversos pontos da estrada, inclusive em postos de gasolina. A pesquisa aponta a ação aumenta a pressão arterial e relaxamento dos brônquios. Dirigir "rebitado" aumenta o estado de alerta, autoconfiança e sensação de força física e mental.

O inspetor da PRF, Alessandro Dorileo, diz que geralmente os caminheiros usam outra dose de anfetaminas antes de terminar o efeito. Mas esquecem que as chances de acontecerem acidentes são maiores. "O cansaço bate de tal forma, que os motoristas dormem ao volante. Muitos já morreram dessa forma".

Dados da PRF, de janeiro a julho, 111 pessoas morreram e 1,375 mil acidentes foram registrados na ocasião. Mas não há estatísticas de quantos destes acidentes envolveram caminhoneiros ou causados por eles. Nas estradas federais do Estado, há uma média de 10 mil veículos trafegando todos os dias, sete mil são caminhões. O trecho mais perigoso é o da BR-364 entre Rondonópolis e Diamantino.





Fonte: Gazeta digital

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