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Internacional
Quinta - 09 de Agosto de 2007 às 18:39

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Washington, 9 ago (EFE).- O Governo dos Estados Unidos apresentou nesta quinta-feira um plano de investimento de pelo menos US$ 50 milhões para combater a produção de ópio no Afeganistão, frente a indícios de nexos entre narcotraficantes e terroristas no país árabe.

Trata-se de um plano de punições e incentivos financeiros para fortalecer os programas em vigência contra o narcotráfico no Afeganistão, país que produz mais de 90% do ópio mundial.

"Sabemos que, possivelmente por trás do terrorismo, o ópio é uma enorme ameaça para o futuro do Afeganistão", afirmou em entrevista coletiva John Walters, responsável pela política antidrogas da Casa Branca.

Walters declarou que o narcotráfico "apóia em alguns casos o terrorismo", e que isso atenta contra os esforços do Afeganistão para construir "instituições de Justiça e do império da lei".

O Afeganistão é o maior produtor mundial de ópio, que dá origem à heroína, que por sua vez é transportada principalmente para Europa, Ásia e Oriente Médio.

O Governo dos Estados Unidos considera que tem "uma enorme oportunidade de mudar o grande efeito destrutivo do ópio e da heroína", acrescentou.

Walters explicou que a nova estratégia terá cinco pilares: campanhas de educação pública, ajuda para o desenvolvimento rural alternativo, erradicação de cultivos de ópio, interdição do tráfico de heroína e fortalecimento do sistema judiciário afegão.

Thomas Schweich, coordenador do Departamento de Estado para a luta antinarcóticos no Afeganistão, explicou que a estratégia inclui um programa de incentivos para as províncias que deixarem de cultivar ópio.

Os EUA solicitaram para esse programa US$ 20 milhões este ano e até US$ 30 milhões ou US$ 40 milhões pelos próximos anos, comentou Schweich.

Há "crescentes e alarmantes" dados de inteligência que apontam para "uma relação mais estreita entre os narcotraficantes, os insurgentes e os talibãs" no Afeganistão, declarou Schweich.

"Por essa razão temos que deixar claro que se alguém apóia o comércio do ópio no sul do Afeganistão, está apoiando a insegurança e está apoiando os talibãs", acrescentou o funcionário da Casa Branca.

A incidência do cultivo e o tráfico de ópio é distinta nas 34 províncias afegãs. Por isso, as autoridades americanas buscam adaptar a nova estratégia a cada uma das regiões do país árabe.

A maior redução no cultivo de ópio ocorreu no norte afegão, em particular nas províncias de Balkh e Badakhshan, segundo as Nações Unidas.

A nova estratégia tenta "consolidar as conquistas no norte... e aumentar a luta (antinarcóticos) nas províncias do sul, onde estamos vendo um aumento" dos cultivos ilícitos, disse Schweich.

O objetivo dos Estados Unidos, segundo Walters e Schweich, é aumentar de seis para 12 o número de províncias "livres de ópio" no Afeganistão.

As províncias que reduzirem substancialmente a produção de ópio receberão como prêmio maiores quantidades de ajuda para seu desenvolvimento, disse Schweich.

O Governo dos EUA divulgou o novo plano antinarcóticos para o Afeganistão em um período em que, segundo um relatório que será divulgado pela ONU em setembro, a produção de ópio no país árabe aumentou até 15% em um ano.

O legislador democrata Tom Lantos, presidente do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara de Representantes (Baixa), e Ileana Ros-Lehtinen, a republicana de maior relevância no comitê, elogiaram o plano por considerar que "o comércio de heroína é uma das principais fontes de financiamento para os talibãs e outros terroristas que operam no Afeganistão".

Os dois legisladores pediram ao Senado que aprove um projeto de lei, já ratificado na Câmara, que exige a aplicação de uma estratégia integral para combater o narcotráfico no Afeganistão.




Fonte: EFE

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