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Nacional
Quinta - 09 de Agosto de 2007 às 17:48

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O presidente da CPI, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) considerou "uma estranha contradição" o executivo da Airbus dizer que é cedo para definir as causas do acidente e já afirmar que não houve falha na aeronave. "Não estou convencido com as explicações dele ainda. Não posso afirmar que houve pane mas não estou convencido de que não houve", disse Cunha a jornalistas.

O vice-presidente de Segurança de Vôo da Airbus, Yannick Malinge, disse nesta quinta-feira à CPI da Crise Aérea na Câmara dos Deputados que as investigações não apontam nenhuma pane mecânica ou falha nos computadores do avião da TAM que explodiu no dia 17 de julho em São Paulo. O presidente da CPI ainda duvida da afirmação.

"Na primeira análise conjunta (dos registros das caixas pretas do avião) não vemos nenhuma pane. Não houve pane mecânica ou falha dos computadores de bordo", disse Malinge, respondendo a uma pergunta do relator Marco Maia (PT-RS).

A Airbus é a fabricante da aeronave da TAM que fazia o vôo 3054, um Airbus A-320, que não conseguiu frear e explodiu ao colidir com um prédio no dia 17 de julho quando tentava pousar no Aeroporto de Congonhas, matando 199 pessoas. Foi o maior desastre da aviação civil brasileira.

Malinge disse que considera "prematuro" afirmar que a falha no reverso da turbina 2 do avião tenha contribuído para provocar o acidente. Mesmo negando falhas da aeronave fabricada pela Airbus, ele ressaltou que ainda é cedo para indicar as causas do acidente.

Malinge descartou a hipótese, levantada pelo relator Marco Maia, de os pilotos terem posicionado corretamente o manete do motor direito, para fazê-lo desacelerar, e esse comando não ter sido transmitido corretamente ou não funcionado.

"Existem vários mecanismos captores da posição do manete. Não houve em nenhum momento registro (nas caixas pretas) de movimento transitório (do manete) para a posição idle (a posição em que o manete deveria estar para o pouso correto)", afirmou o vice-presidente da Airbus.

O presidente da CPI continua duvidando, no entanto, que os manetes tenham sido posicionados de forma errada pelos pilotos da TAM, como sugere o depoimento do vice-presidente da Airbus.

"Me parece pouco provável que um piloto experiente como aquele tenha esquecido de puxar um dos manetes", disse Cunha a jornalistas. Segundo o vice-presidente de Segurança da Airbus, os registros do acidente não indicam ainda que houve falha no funcionamento dos spoilers (os freios aerodinâmicos que não se abriram na tentativa de pouso) e o motor número 2 (direito) do avião funcionava acelerando a aeronave, conforme a posição do manete de comando.

"As gravações mostram que o avião funcionava normalmente no que diz respeito aos spoilers (...) A turbina número 2 funcionava com empuxe, de acordo com a posição do manete", disse Malinge, acrescentando que os freios manuais também foram acionados normalmente pelos pilotos.





Fonte: AE

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