À mercê da volatilidade externa, dólar sobe 1,8%
Às 10h57, a moeda norte-americana tinha alta de 1,80 por cento e era cotada a 1,920 real, após máxima de 1,922 real. Na véspera, o dólar havia aproveitado um momento mais tranquilo no cenário externo para fechar abaixo de 1,90 real, com queda de mais de 1 por cento.
O BNP Paribas, maior banco francês listado em bolsa, congelou 2,2 bilhões de dólares em fundos por causa de problemas no mercado hipotecário de alto risco nos Estados Unidos (subprime).
"A completa evaporação da liquidez em certos segmentos do mercado de securitização dos EUA tornou impossível avaliar de forma justa alguns ativos", justificou o BNP em comunicado.
A notícia fez os mercados globais abandonarem o clima de tranquilidade da última sessão, recuperando a volatilidade vista nas últimas semanas.
Segundo Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prosper, o mercado de câmbio vai acompanhar o comportamento do exterior e, por isso, não é possível avaliar a extensão da alta da moeda norte-americana. "O fôlego quem dá não é o mercado interno, é o externo", disse.
A preocupação dos investidores é que as condições mais apertadas de crédito afetem o crescimento econômico dos Estados Unidos e reduzam a liquidez que contribuiu para a recente onda de fusões e aquisições de empresas.
Em meio à turbulência, o Banco Central Europeu (BCE) injetou 94,8 bilhões de euros nos mercados de moeda da zona do euro. O Federal Reserve também colocou 12 bilhões de dólares em reservas temporárias no sistema bancário norte-americano.
No Brasil, Knauer disse que a atuação dos exportadores pode ajudar a conter a valorização do dólar caso o mercado dê sinais de menor volatilidade. "Nesses níveis, certamente se os exportadores perceberem um arrefecimento das notícias ruins, eles vão entrar batendo (ofertando dólares) e pode voltar um pouco (a cotação)."
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