Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 09 de Agosto de 2007 às 06:29

    Imprimir


O presidente do Paquistão, o general Pervez Musharraf, não descarta a possibilidade de decretar estado de emergência no país, disse o vice-ministro de Informação, Tariq Azeem.

"A possibilidade de decretar estado de emergência está em discussão, assim como outras possibilidades", disse Azeem, ressaltando, porém, que a medida talvez não seja necessária.

"Não posso dizer que será esta noite, amanhã ou mais tarde. Esperamos que não aconteça."

Canais de TV paquistaneses chegaram a informar que a declaração de estado de emergência era "iminente".

A questão será discutida em uma reunião de gabinete presidida por Musharraf, nesta quinta-feira.

Azeem disse que as ameaças dos Estados Unidos de lançar uma operação nas áreas tribais do Paquistão e os recentes ataques a chineses no país são alguns dos fatores levados em conta.

"Além disso, a situação na fronteira e os atentados suicidas também são motivo de preocupação", afirmou.

O governo de Musharraf vem enfrentando problemas políticos e de segurança. O recente confronto entre forças de segurança e estudantes islâmicos em uma mesquita na capital, Islamabad, além dos protestos provocados pela demissão do presidente Suprema Corte do país agravaram a situação.

Restrições

Segundo analistas, caso o estado de emergência realmente seja decretado, um dos primeiros reflexos seria no Judiciário, afirma o correspondente da BBC em Islamabad Syed Shoaib Hasan.

A medida limitaria o poder dos tribunais, restringiria liberdades civis e a liberdade de expressão.

Também permitiria que o presidente adie as eleições nacionais, marcadas para o final deste ano. Com isso, Musharraf poderia continuar no papel de chefe do poderoso Exército do Paquistão.

Partidos de oposição querem que o presidente abandone esse papel.

"O estado de emergência é um grande passo, e o governo deveria pensar duas vezes antes de decretá-lo", disse a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto. "Espero que uma medida tão drástica não seja tomada. Será um retrocesso para o país."

Ausência

As declarações do vice-ministro paquistanês foram feitas pouco depois de Musharraf ter dito que não participaria de um conselho tribal (chamado jirga) de três dias no Afeganistão para discutir o combate ao terrorismo.

O presidente disse que compromissos em Islamabad o impedirão de comparecer à reunião, que começa nesta quinta-feira. O primeiro-ministro do Paquistão, Shaukat Aziz, irá em seu lugar.

Foram convidados para o encontro cerca de 700 líderes tribais, clérigos islâmicos e líderes do Paquistão e do Afeganistão.

O Talebã, que não foi convidado, está convocando um boicote à reunião.

O porta-voz da Presidência do Afeganistão, Humayun Hamidzada, disse que o governo afegão lamenta a decisão de Musharraf de não participar do conselho e que o general representaria uma importante contribuição ao debate.





Fonte: BBC Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/212751/visualizar/