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Nacional
Quarta - 08 de Agosto de 2007 às 16:16

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O aumento nos preços dos alimentos, principalmente do leite e seus derivados, foi o principal responsável pela alta de 0,24% registrada em julho pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com o resultado, a inflação medida pelo indicador soma 2,32% no acumulado do ano. No mesmo período de 2006, o índice foi de 1,73%. O IPCA é usado pelo Banco Central como referência para definir as metas de inflação.

A taxa de julho, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou abaixo dos 0,28% apurados em maio e junho e acima dos 0,19% contabilizados em igual período do ano passado. O maior índice de inflação foi na região metropolitana de Salvador (0,58%), onde vários itens, como a gasolina e os alimentos, tiveram variação acima da média nacional.

Segundo a responsável pelo índice, Eulina Nunes, o ligeiro recuo do IPCA em relação a junho e maio só ocorreu por causa da deflação de 0,17% na região metropolitana de São Paulo, provocada pela queda nas tarifas de energia elétrica. Sozinha, a região responde por mais de 30% da formação da taxa nacional de inflação.

"A maioria das outras regiões ficou com taxas de inflação em torno de 0,5%, e são elas que mostram com mais clareza o que de fato ocorreu em termos de preços no mês de julho, que foi a pressão dos alimentos".

No mês avaliado, os alimentos subiram 1,27% e continuaram pressionando a inflação para cima, repetindo o quadro dos últimos meses.

O maior impacto voltou a ser o leite pasteurizado, cujos preços já tinham subido 12,4% em junho e aumentaram ainda mais em julho, atingindo variação de 15,7% e inflacionando também derivados como queijo (5,8%) e leite em pó (9,3%).

Nunes lembrou que o avanço no preço do leite é conseqüência do intervalo de tempo entre uma safra e outra, agravado por condições climáticas. Além disso, houve aumento da demanda pelo produto gerada pela melhoria da renda das famílias.

"Os pastos ficam secos, a produção diminui e o produtor despende mais dinheiro para complementar a alimentação animal. Mas não é só isso. O mundo está vivendo uma demanda maior por leite e o Brasil também. A renda maior faz com que a demanda, tanto para leite como para queijos, aumente. Então, existe uma pressão de demanda num quadro de escassez".

Outros alimentos que também tiveram alta de preços foram carne (3,58%); frango (1,64%); ovos (2,80); e o feijão, tanto o carioca (4,52%) como o preto (4,02%).

Além dos produtos alimentícios, também contribuíram para a inflação os aumentos nas contas de telefone fixo (0,6%) e nos gastos com empregados domésticos (1,14%).

Em sentido contrário, houve redução nos preços dos combustíveis (0,98%), com aumento da oferta da cana-de-açúcar no mercado, e também da energia elétrica (3,0%), puxada pela diminuição das tarifas em São Paulo.

O cálculo do índice é feito com base nos preços para famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos residentes em nove regiões metropolitanas do país, mais Brasília e Goiânia.

Além do IPCA, o IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias de baixa renda, entre 1 e 6 salários mínimos.

Em julho, o índice ficou em 0,32%, superando a inflação medida pelo IPCA. A diferença entre as taxas é explicada pelo peso maior que a alimentação tem no orçamento das as famílias de baixa renda.

"Para as pessoas que tem renda mais baixa a inflação foi maior em julho justamente porque a principal pressão foi exercida pelos alimentos e eles têm uma importância relativa muito maior no bolso das famílias que ganham menos".





Fonte: Agência Brasil

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