Funcionários da ONU pedem retirada do Iraque
Em correspondência enviada ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, os representantes dos funcionários disseram que as forças da coalizão liderada pelos Estados Unidos no Iraque não conseguem dar a proteção adequada às equipes da organização que atuam no país.
O pedido foi feito às vésperas da votaçao de uma proposta de resolução, apresentada pelos Estados Unidos e pela Grã-bretanha aos demais membros do Conselho de Segurança, que prevê um papel mais amplo para as Nações Unidas no Iraque.
A atual missão da ONU no Iraque tem uma presença reduzida desde que a explosão de um caminhão-bomba destruiu a sede da organização em Bagdá, em agosto de 2003.
O ataque provocou a morte de 22 pessoas, entre elas o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, representante especial da ONU no Iraque.
Depois do atentado, a ONU retirou a maior parte de seu pessoal de Bagdá. Atualmente, a organização permite que no máximo 65 funcionários estrangeiros residam no país.
A nova proposta de resolução aumenta esse limite para 95 funcionários, além de prolongar o mandato da missão da ONU no Iraque e ampliar seu papel na reconciliação política do país.
Pela proposta, o enviado especial da ONU no Iraque poderia "aconselhar, apoiar e dar assistência" ao governo iraquiano em questões políticas, econômicas, eleitorais, legais, constitucionais e relacionadas a refugiados e direitos humanos.
O embaixador dos Estados Unidos na ONU, Zalmay Khalizad, disse esperar que a nova resolução seja aprovada nesta quinta-feira.
"A ONU precisa ter um papel maior de ajudar os iraquianos a superar as dificuldades que enfrentam no momento", disse Khalizad. "Devido à sua vantagem comparativa, a ONU pode ter o papel de facilitar e ajudar os iraquianos a atingir esse objetivo."
Segundo analistas, no entanto, a oposição do sindicato à ampliação do papel da ONU no Iraque deverá fazer com que muitos dos funcionários decidam não participar da missão no país.
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