Idosa morre na fila do pronto-socorro
Segundo o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen/MT), Dejamir Soares, os colegas decidiram registrar o BO por medida de proteção caso os familiares cumpram a ameaça de processo feita naquele local. Ele explica que Teodora deu entrada no Pronto-Socorro com parada cardíaca por volta das 7h20, mas o semiintensivo para onde deveria ir só tem 5 respiradores e já eram divididos por outros 10 pacientes. "Era uma paciente grave que estava ali agonizando numa maca que nem colchão tinha. Eles (os 2 enfermeiros) resolveram pegar o equipamento de outro paciente para tentar reanimá-la, mas ela foi a óbito", relata.
No boletim de ocorrência, os enfermeiros denunciam também que "diariamente existem pacientes internados no PS que agravam seu quadro clínico e são assistidos de forma insatisfatória por falta de estrutura física, materiais, deficiências na transferência dos pacientes para o leito de UTI". Os servidores afirmam ainda que o Ministério Público Estadual (MPE) sabe dos problemas. "Não é porque ela tinha 92 anos que precisava morrer como um cachorro no corredor. Merecia ao menos ter uma morte digna", insiste Soares, também enfermeiro da mesma unidade.
Segundo ele, na mudança de plantão às 6h50, é prevista a permanência de dois médicos na pré-consulta, um no PA adulto e outro no semiitensivo. Apenas a médica intensivista Márcia Klein, que socorria outro também em risco de morte, estava no local em um horário comum para problemas em decorrência de sintomas de hipertensão como derrame ou enfarto como correu com Teodora. "Ela buscava o ar e não tinha. Estava com sofrimento da angústia respiratória", esclarece. Dejamir Soares insiste que o município recebeu R$ 4 milhões do QualiSUS para reativar os dez leitos de uma antiga UTI, mas os recursos ainda estão "parados".
Comentários