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Polícia Brasil
Terça - 07 de Agosto de 2007 às 19:34

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MANAUS - A Polícia Federal instaurou nesta terça-feira, 7, inquérito para investigar o desvio estimado de R$ 200 mil a R$ 1 milhão de recursos de diárias da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), supostamente feitos durante um ano por estagiários do órgão. O pedido para o inquérito foi solicitado pelo próprio órgão e, em paralelo, o Ministério Público Federal também investiga o caso.

O delegado responsável pelo caso na PF, Mário César Leal Junior, começou a ouvir os envolvidos. A principal acusada de comandar o suposto esquema de desvios, a estagiária Fabíola Viana Lemos, de 21 anos, afirmou ao delegado que havia sido coagida pelo coordenador regional da Funasa no Amazonas, Francisco Aires, para assinar um documento confessando sua culpa.

No dia 26 de julho, a Funasa divulgou em seu site uma nota em que mostrava resultados de uma auditoria no órgão realizada no ano passado, afirmando que teria encaminhado o caso à PF. Na auditoria, teria sido identificada a participação da estagiária Fabíola no manuseio dos programas de informática que controlam as emissões de diárias e passagens.

O advogado de Fabíola, Adalberto Bittar, irmão de um dos supostos destinatários das diárias, Antônio Bittar, afirmou que a estagiária sustenta que foi coagida. "Ninguém em sã consciência assina uma confissão absurda e, além disso, não se pode incluir como prova uma confissão feita antes do inquérito ser instaurado", afirmou o advogado. A assessoria de imprensa da Funasa informou que Aires deverá depor esta semana para responder à acusação de ter coagido a funcionária a assinar o depoimento.

Diárias

Segundo a auditoria da Funasa em Brasília, os desvios teriam sido realizados no período de um ano, de maio do ano passado até junho deste ano. De acordo com a assessoria da Funasa, Antônio Bittar é servidor da Funasa e marido de Fabíola. Segundo a auditoria, Antônio Bittar teria recebido um total de R$ 19.876,66 entre os dias 14 de dezembro de 2006 e 05 de abril deste ano. O valor foi depositado em 12 parcelas em uma conta corrente do Bradesco.

No depoimento assinado por Fabíola na Funasa no dia 24 de julho e em poder da PF, ela teria admitido ter se apossado dos CPFs do administrador e do coordenador da Fundação, Carlos Chaves, e das senhas do sistema para emitir ordens bancárias. O administrador da Funasa Carlos Chaves, superior direto da estagiária na Divisão de Administração, foi afastado do órgão no dia 25 de julho deste ano. Segundo a assessoria da Funasa, o afastamento pretende "garantir a lisura da investigação".





Fonte: Estadão

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