Acusado de homicídio conta que conheceu a amante no ponto de ônibus
Em um final de tarde quando o terminal de ônibus estava lotado, José e Marli trocaram algumas palavras. Algumas semanas depois eles já conversaram por vários minutos. O romance que começou há quatro anos terminou de forma trágica no último dia 24 de julho, quando ele matou a amante com duas facadas, no quarto de um hotel em Cuiabá.
Meses depois de conhecer Marli em 2003, Policarpo, que era jardineiro convidou ela para tomar uma bebida. Depois de passarem duas ou três vezes pelo bar, eles começaram o romance. José Policarpo afirma que Marli sabia que ele era casado, mas o sentimento manteve o romance dos dois. Ele contou que Marli tinha uma filha e se queixava dos problemas que teve com o ex-namorado.
O relacionamento se tornou duradouro e vizinhos e familiares de José Policarpo descobriram sobre os encontros clandestinos entre ele e Marli, que era 20 anos mais nova. A mulher dele, filhos e netos ficaram sabendo e aí começaram os problemas em casa. Após muitas brigas a mulher resolveu separar do jardineiro, mas Policarpo não saiu de casa. Mesmo separado da mulher ele continuou morando na mesma casa. Os dois trabalhavam juntos e tinham o mesmo patrão.
O acusado contou que a situação ficou muito complicada quando Marli passou a pressioná-lo. Segundo ele, a amante queria que ele deixasse da mulher com quem estava casdo há mais de 20 anos para casar com ela. "No dia do crime a Marli disse que aquela seria a última semana para o romance que mantíhamos de maneira tumultuada. Nós dois teriamos que arrumar uma casa e morar juntos. Isso deveria ser em breve", conta.
"Me senti pressionado e decidi acabar com tudo", disse Policarpo. Ele contou que não tinha condições de alugar uma casa e manter uma família porque estava desempregado desde o início do ano. Depois de um encontro no dia 24 de julho, ele matou Marli Zuetti com duas facadas. O acusado usou uma faca de cozinha para cometer o crime.
Fuga
José Policarpo matou a amante poucas horas depois de chegarem ao hotel. Eles foram para o local por volta das 16h e Marli pensava que teriam uma noite juntos no local. Mas por volta das 18h, segundo o delegado que investiga o caso, Vaíte Eugênio Pereira da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os dois teriam discutido. Policarpo Pegou a faca e matou Marli.
Após o crime ele deixou o hotel, foi para a casa dele, arrumou as malas e fugiu para Sinop (500 quilômetros distante de Cuiabá). O corpo da mulher ficou estendido na cama até às 13h do dia 25 de julho, quando foi encontrado pelo porteiro do hotel e pela polícia. O porteiro desconfiou do silêncio no quarto e resolveu abrí-lo com uma chave reserva. Descobriu que a mulher estava morta sobre a cama. A vítima estava nua e ferida no peito e no pescoço. A polícia foi chamada e constatou que ela foi executada dentro do quarto no dia anterior, sem chances de defesa.
Após uma semana em Sinop, José Policarpo voltou para casa no último sábado (4). Ele conta que chegou em na residência e pediu para a família ligar para a polícia. Disse que iria se entregar naquele dia. Mas o delegado explica que o acusado só foi preso porque a própria família ligou para a polícia e denunciou ele. Policiais Militares foram até à residência e prenderam José Policarpo de Azevedo.
Como já havia passado o período de flagrante e não existia nenhum mandado de prisão contra ele, o jardineiro prestou depoimento e foi liberado. Hoje, com mandado de prisão temporária em mãos o delgado prendeu José Policarpo, que agora responderá por homicídio qualificado - crime por motivos fúteis, à traição e sem possibilidade de defesa da vítima.
Ele deve ir à júri popular e se for condenado poderá pegar de 12 a 30 anos de cadeia. O acusado conta que já explicou para a família porque cometeu o crime e que agora irá pagar pelo que fez.
Comentários