Exportações voltam a ter queda
Para o consultor da Imex Trading, Milton Nanni, essa queda das exportações mato-grossenses em julho só pode significar o final da realização das operações de venda. Ele acredita que este ano houve entrega mais antecipada dos produtos. Isso pode ter acontecido pelo medo e as incertezas do mercado. "Houve uma aceleração no fechamento das vendas talvez porque o produtor tenha tentado evitar um terceiro ano de prejuízo". Nanni explica que como os dois últimos anos foram de crise na agricultura, os produtores devem ter aproveitado o preço internacional bom da soja para negociar mais cedo.
"Nesse ramo tentamos trabalhar com bola de cristal, mas é tudo muito complicado". Conforme o consultor, aliado à antecipação das vendas para garantir uma situação favorável também está o fato de Mato Grosso não ter silos suficientes para grandes armazenamentos. Além disso, os produtores estão focados na próxima safra. Nanni lembra que foi feita renegociação das dívidas, houve queda nos juros, e apesar de nada ter sido nas proporções que os produtores desejavam, o setor tomou um certo fôlego e já começa as compras de fertilizantes e insumos para o próximo plantio.
Ele avalia que a safra que vem deve ter um pequeno aumento na área plantada de soja. Esse incremento, porém, não será real, mas apenas uma recuperação do que havia antes da crise, em 2004. O aumento da área será porque se vislumbra uma melhora no mercado pela previsão de os Estados Unidos passarem a se concentrar mais na produção de milho para etanol.
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