Banco Central mostra sinais de que aperto monetário poderá ser maior
Após corrgir ata da reunião do Comitê de Política Monetária que indicava "cautela" no novo ciclo de alta dos juros, divulgada poucas horas antes, o Banco Central voltou atrás e deu a ventender que pode intensificar o aperto monetário iniciado uma semana antes. Na oportunidade o BC tinha elevado a taxa básica de juros (Selic) de 7,25% para 7,5% ao ano.
Ato seguinte, o mercado recuperou cenário de provável aumento de 0,5 ponto percentual na taxa Selic na próxima reunião do Copom, nos dias 28 e 29 de maio. Agora, ressurgem apostas - ainda minoritárias, não só de maior elevação na taxa de juros, mas também de um ciclo mais intenso de aperto monetário.
O diretor de Política Econômica do banco, Carlos Hamilton de Araújo, elevou o tom da preocupação com a alta dos preços. "Cresce em mim a convicção de que o Copom poderá ser instado a refletir sobre a possibilidade de intensificar o uso do instrumento de política monetária [a taxa Selic]", disse, em conferência promovida pelo Itaú BBA. Após o discurso o mercado reagiu de imediato e as taxas de juros no mercado futuro chegaram a cair. Depois do discurso de Hamilton, fecharam em alta.
O jornal Valor Econômico teve acessos a infromações exclusivas. Segund oa publicação, Hamilton teria falado em nome de toda a diretoria do Banco Central e a apresentação feita em conferência foi preparada a quatro mãos com o presidente da instituição, Alexandre Tombini.
Projeção
Para o diretor, o crescimento potencial do país está bem próximo da projeção que o BC fez para este ano - expansão de 3,1%. Pela primeira vez surge uma reestimativa oficial do PIB potencial, que ficou bem menor. Caso a demanda cresça "sistematicamente muito acima" de 3,1% ao ano, disse ele, haverá pressões inflacionárias.
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