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Cidades/Geral
Segunda - 06 de Agosto de 2007 às 10:35
Por: Patrícia Neves

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A facilidade de encontrar armas no mercado negro possibilitou a nada menos que 303 adolescentes fossem detidos portando revólveres e pistolas nos últimos 15 meses em Cuiabá. Do total de armas apreendidas nesse período 628, 51% delas, estavam em poder de crianças e jovens, geralmente frutos de famílias desestruturadas, de origem humilde e moradoras de áreas extremamente populosas.

A pobreza não serve como justificativa para o crime, mas a falta de alternativas e de perspectivas acarreta que muitos sejam empurrados a marginalidade. Estatísticas do Centro Sócioeducativo de Cuiabá apontam que dos cerca de 200 internos, pelo menos metade reincide e termina voltando para lá menos de um ano após cumprirem suas respectivas medidas educativas.

Na prática, é a população quem sente os efeitos da facilidade em se adquirir armamento ilegalmente. No mercado ilícito, os revólveres custam entre R$ 150 e R$ 200. São vastos os exemplos em que os adolescentes aparecem envolvidos em crimes bárbaros.

No último dia 7 de julho, o pátio da Escola Estadual Cesário Neto, no bairro Bandeirantes, região central de Cuiabá, foi palco de uma tentativa de assassinato. O autor dos tiros, um estudante, de 15 anos, aluno da 7ª série. A vítima, um "rival" de 16 anos, da mesma classe, que foi atingido de raspão no braço esquerdo e no pescoço e teve que ser levado ao Pronto-Socorro Municipal da Capital (PSMC).

Um dos casos mais chocantes, foi a morte do menino Wagner Floriano, de 10 anos, em abril. Ele estava no colo do pai, às margens da República Líbano, quando o posto em que estavam foi assaltado. Houve troca de tiros entre bandidos e um policial militar. Wagner morreu e dois dias um jovem de 16 anos foi preso por participar da ação criminosa.

Em março, a comerciante Maria Aparecida de Alencar, 66, foi morta por um garoto de 17 anos durante um latrocínio (roubo seguido de morte). Em fevereiro, a também comerciante Elmadã Félix da Silva, 45, morreu após ser ferida com disparos na cabeça.

Informações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) demonstram que muitos dos jovens assassinados este ano possuem uma característica comum: o fato de serem usuários de drogas e, muitas vezes, participarem de gangues.

A busca por dinheiro para financiar a compra de entorpecentes aparece como pano de fundo para boa parte dos crimes envolvendo pessoas com menos de 18 anos.





Fonte: Gazeta Digital

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