Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 04 de Agosto de 2007 às 19:44

    Imprimir


- Um novo Parlamento foi empossado neste sábado na Turquia contendo, pela primeira vez em 16 anos, deputados curdos.

Os parlamentares foram eleitos no pleito de 22 de julho, convocado depois de uma crise envolvendo a escolha do novo presidente do país.

Na posse, cada um dos 550 deputados se comprometeu a fazer, em turco, um juramento de lealdade à república da Turquia - inclusive os curdos, que há muito defendem mais autonomia no leste do país.

Em 1991, deputados curdos eleitos causaram a revolta de outros parlamentares ao fazerem declarações na língua curda durante a cerimônia. Os deputados acabaram sendo expulsos do Parlamento e, em alguns casos, sendo presos pelo suposto envolvimento com o grupo separatista curdo Partido dos trabalhadores do Curdistão.

Desta vez, porém, os 20 parlamentares curdos - pertencentes Partido da Sociedade Democrática (DTP, na sigla em turco) - disseram que querem reconciliação e uma solução pacífica para o conflito entre turcos e curdos, que já deixou 30 mil mortos desde 1983.

"Nós queremos ajudar a desenvolver um processo pacífico e democrático... em um espírito de conciliação e diálogo", disse o líder do DTP, Ahmet Turk, em uma entrevista veiculada por um canal de TV turco.

Os parlamentares disseram que vão seguir os atuais canais que existem para lutar por mais direitos para os curdos, mas disseram que consideram esses meios insatisfatórios.

"Em nossa estratégia, nós ainda temos muitas ressalvas às regras, porque elas são regras completamente antidemocráticas, mas de qualquer forma até que as mudemos vão seguí-las", disse Nasmi Gur, um outro parlamentar, à BBC.

As eleições de julho marcaram um fortalecimento do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco), de raízes islâmicas. O partido, o mesmo do premiê Recep Tayyip Erdogan conquistou a maioria no parlamento, com 341 cadeiras.

O primeiro desafio do Parlamento deve ser escolher um novo presidente.

A indicação anterior do AKP para o cargo, o ministro do Exterior Abdullah Gul, gerou uma crise política, gerada pela oposição de secularistas à indicação.

Os secularistas argumentaram que Gul começou sua carreira em um partido pró-Islâmico e que sua mulher usa o véu muçulmano, um detalhe que provoca divisões na sociedade do país.




Fonte: BBC Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/213501/visualizar/