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Internacional
Sábado - 04 de Agosto de 2007 às 19:31

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BOGOTÁ - O governo colombiano, analistas e porta-vozes da oposição classificaram neste sábado, 4, como "inoportuna" a proposta de um referendo feita em Cuba pelo porta-voz do Exército de Libertação Nacional (ELN), Pablo Beltrán.

Segundo o comissário da Presidência para a Paz , Luis Carlos Restrepo, é necessário, primeiramente, estabelecer as prioridades do diálogo entre o governo colombiano e o ELN sobre a libertação de seqüestrados, a suspensão de seqüestros e o fim da hostilidade, entre outros temas.

Israel Ramírez Cepeda, mais conhecido como "Pablo Beltrán", afirmou em carta enviada à presidente do Senado, Nancy Patricia Gutiérrez, divulgada sexta-feira, que o referendo buscará saídas para o conflito interno colombiano.

O referendo incluiria o pronunciamento dos cidadãos sobre se os paramilitares de extrema-direita devem ser - ou não - classificados como rebeldes.

Restrepo, em declarações neste sábado à Rádio Caracol, disse que o governo já conhecia a proposta do ELN.

Ele afirmou ainda que o grupo rebelde não explicou em que consiste concretamente o referendo proposto.

O líder guerrilheiro disse em sua carta a Gutiérrez que "não seria um feito de paz o Congresso da República respaldar a quarta tentativa para dar status político ao paramilitarismo".

Segundo ele, seria pesaroso para a Colômbia aceitar a tese de que, como o paramilitarismo substituiu o Estado em muitas regiões, ele é rebelde e, consequentemente, seus atos seriam um crime político.

Restrepo encorajou o ELN a convocar um congresso e a tomar a decisão esperada por todos: que dêem passagem à política, percam o temor, deixem os fuzis de lado e abandonem a prática de seqüestro.

A presidente do Senado, integrante do partido Mudança Radical, que apóia o governo, anunciou que responderá a Beltrán. Ela disse que o ELN deve fazer demonstrações de sua disposição para a paz, com fatos como a libertação de seqüestrados.

O porta-voz do Pólo Democrático Alternativo (PDA), na oposição, Jaime Dussán, afirmou que o grupo guerrilheiro deve ter fatos concretos de convivência e deixar de apresentar mais iniciativas.

O analista Pedro Medellín classificou de "oportunista" a proposta de Beltrán. Segundo ele, não é possível resolver um conflito interno com um referendo, nem as negociações de paz com a guerrilha, nem a revolta dos paramilitares.





Fonte: EFE

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