Segurança no Pan foi uma miragem, diz jornal 'El País'
O jornal noticia a morte de pelo menos nove pessoas em confrontos entre os traficantes de drogas das favelas e “as milícias, grupos formados por ex-policiais que alegam defender as comunidades ameaçadas pelos traficantes”.
Entre os incidentes, a morte do estudante William Alves, de 22 anos, levou a protestos e ao fechamento da estrada Grajaú-Jacarepaguá. Um ônibus e carros foram queimados, afirmou o El País.
"A paz que a cidade do Rio de Janeiro viveu durante os Jogos Pan-americanos foi uma espécie de miragem", escreve o correspondente do jornal no Rio.
De acordo com o repórter, "um grande aparato de 10 mil homens, entre policiais civis, militares e membros da Força Nacional de Segurança, fez do Rio uma cidade quase sem violência durante um mês. Uma espécie de paraíso desconhecido nos últimos 20 anos".
"Não apenas houve paz na cidade – diminuíram até 80% os homicídios e assaltos – mas também nas castigadas favelas, em cujas ruas estreitas se cruzam diariamente os tiros da polícia, das quadrilhas de traficantes e das milícias."
O jornal ventila a hipótese de que a paz durante o Pan tenha sido motivada por dois fatores.
Primeiro, o fato de os traficantes fazerem "bons negócios" durante os grandes acontecimentos de massa, o que lhes levaria a querer "ficar tranquilos em seus negócios".
Segundo, a suspensão temporária das operações policiais nos morros cariocas.
Com o novo episódio, diz o El País, os grupos armados 'rompem a trégua' e voltam ao seu cotidiano violento.
Comentários