Kersul: área de escape em Congonhas é possibilidade

Brasília - O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, afirmou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado sobre a crise aérea que as investigações sobre o acidente com o Airbus da TAM que explodiu em São Paulo no dia 17 de julho podem ter como uma das conclusões a necessidade de se construir uma área de escape na pista do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Kersul avaliou que, nessa hipótese, a pista de Congonhas não permitiria mais o pouso de alguns tipos de aviões grandes. "Podemos chegar à conclusão de que precisa da área de escape. Isso seria diminuir a pista e limitar as operações de algumas aeronaves. Vimos que onde tinha escape, os danos não foram tão graves", disse, referindo-se a incidentes com aviões durante pousos, sem vítimas, em aeroportos de outros países.

Kersul explicou que, com os dados das caixas-pretas do Airbus da TAM e os equipamentos do Cenipa, será possível reconstituir o que aconteceu com o Airbus da TAM. "É possível a visualização de todas as posições de comando sincronizando-se os parâmetros de dados e voz. Temos como fazer uma reconstituição do que se passou naquele dia." O brigadeiro disse que não descarta nenhuma hipótese, nas investigações, como causas do acidente. Citou, entre essas possibilidades, o problema da falta de um dos reversos ter contribuído ou uma eventual contribuição da pista de Congonhas para a ocorrência do acidente.

Kersul comentou que houve desaceleração do Airbus na tentativa de pouso. "Houve redução de velocidade. Tocou a pista a 140 nós e colidiu com menos do que isso. Houve desaceleração, mas não o suficiente."