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Polícia Brasil
Quinta - 02 de Agosto de 2007 às 18:31

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Cinco pessoas foram presas, na manhã desta quinta-feira, durante a Operação Selo, desencadeada pela Polícia Federal, no estado do Rio de Janeiro, em Pernambuco, Brasília, São Paulo e Goiás, para desbaratar uma quadrilha composta por empresários, lobistas e servidores públicos federais envolvidos em licitações fraudulentas e corrupção, que lesavam a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

A operação seria um desdobramento da investigação que teve início com o vídeo do Maurício Marinho, diretor dos Correios, o que deu origem ao Mensalão.

A investigação teve início em 1994 e, em 1995, resultou na prisão da primeira pessoa, um empresário.

Cerca de 120 policiais participam da operação, que tem o objetivo de cumprir seis mandados de prisão e 25 mandados de busca e apreensão em todo o Brasil.

A maioria dos policiais destacados para a operação no Rio de Janeiro, seguiu para Petrópolis, na Região Serrana, onde foram cumprir quatro mandados de busca e apreensão, um deles na Rua Capitão Alfredo Justan da Silva 44, no bairro Retiro, onde mora uma empresária.

Os agentes evitaram revelar nomes e objetivos, mas moradores da localidade disseram que na residência mora uma empresária de nome Maria Eli, cujo marido morreu recentemente de morte natural.

Os agentes chegaram na mansão, que fica em frente ao condomínio Retiro das Pedras, por volta das 6h. Eles deixaram o local às 9h25 com um malote e dois envelopes que foram colocados no bagageiro da viatura descaracterizada da Polícia Federal.

Eles nada informaram sobre o que foi apreendido.

Um dos presos, de acordo com informações da Polícia Federal, é o empresário Arthur Wachk, que foi encontrado em Brasília, mas tem residência também em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

Os demais presos seriam conhecidos por Munhões, Antonio, Celso e Gatarina.

Todos seriam empresários e foram presos em São José do Rio Preto, em São Paulo, em Recife e Brasília.

A fraude

Para fraudar as compras da ECT a quadrilha corrompia servidores da empresa para que aprovassem produtos com especificações abaixo das constantes nos editais de licitação.

Com a fraude, as empresas ligadas ao grupo podiam oferecer os menores preços e, portanto, vencer a concorrência.

Várias licitações estão sob suspeita de terem sido fraudadas. Em apenas uma delas, os Correios gastaram quase R$ 8 milhões para comprar cofres fora dos padrões de segurança exigidos.

A baixa qualidade do produto foi comprovada em laudo pericial do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal.

A organização criminosa

O fato de o esquema infiltrado nos Correios ter sido desmantelado em 2005, durante o escâdalo Maurício Marinho, não impediu que os principais lobistas e articuladores do grupo continuassem a corromper servidores e assim vencer as concorrências.

Os mandados foram concedidos pela 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, e todos os presos serão encaminhados à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, Setor Polícial Sul.





Fonte: Folha Online

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