Cerca de 150 médicos pedem demissão coletiva em AL
Os médicos estão em greve há mais de dois meses, reivindicando 50% de reajuste salarial, o que elevaria o menor salário da categoria para R$ 1.500,00. O piso nacional da categoria é de R$ 3,8 mil. O governo do Estado até agora só oferece 5% de aumento e alega que se der mais compromete a Lei de Responsabilidade Fiscal. Os médicos dizem que o governo tem como pagar o reajuste de 50%, cujo impacto na folha do Estado seria de R$ 1,8 milhão.
Para marcar a entrega dos pedidos de demissão coletiva, profissionais da saúde e de outras categorias do serviço público estadual realizaram um ato público em frente à sede da Secretaria de Administração, no Centro de Maceió. A manifestação contou com o apoio de políticos de oposição, sindicalistas e dirigentes da Central Única dos Trabalhadores em Alagoas (CUT/AL).
Aviso prévio
Segundo o setor jurídico do Sindicato dos Médicos (Sinmed), os profissionais que entregaram os pedidos de exoneração ainda trabalharão por 30 dias nas suas unidades de saúde, cumprindo uma espécie de "aviso prévio", por determinação do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal). A assessoria jurídica do Sinmed informou ainda que o secretário estadual de Administração, Adriano Soares, não pode converter o pedido de exoneração coletiva em demissões por justa causa, como vem ameaçando. O Sindicato alega que os 14 profissionais aderiram a demissão coletiva estavam trabalhando normalmente, mesmo com o restante da categoria em greve.
"Apesar da greve, esses primeiros companheiros que primeiro pediram demissão estavam trabalhando porque estava lotados em setores essenciais, por isso não podem sofrer nenhum tipo de retaliação só pelo simples fato de pedirem exoneração", argumentou Wellington Galvão, presidente do Sinmed. O movimento prevê ainda mais demissões para a próxima semana, uma vez que o governo não voltou a negociar. Entres as especialidades médicas que pediram exoneração hoje estão alguns anestesista, pediatras, infectologistas, ginecologistas e outros.
Segurança
O procurador-geral de Justiça, Coaracy Fonseca, espera que o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) reúna, o mais rápido possível, todos os presidentes de poderes para discutir a crise na saúde e na segurança pública. Além dos médicos, os policiais civis também estão em greve em Alagoas. Segundo a assessoria de imprensa do governo, Vilela se encontra em Brasília, mas deve voltar ao Estado amanhã.
Desde o início de julho que o procurador-geral do Estado vem tentando em vão conter a decisão dos médicos de pedir demissão coletiva. Ele se colocou como mediador do impasse, conversou com dirigentes do Sindicato dos Médicos, com secretários e até com o vice-governador José Wanderley Neto, que é médico cardiologista, mas não houve avanço nas negociações.
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