Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 01 de Agosto de 2007 às 10:29

    Imprimir


Uma pesquisa realizada em Cuiabá constatou que a água da chuva que cai na capital é limpa e pode ser reaproveitada. O estudo, que comprovou também que a chuva influencia na qualidade do ar da capital, foi realizado pelo geógrafo Rodrigo Marques em uma pesquisa para mestrado.

Após verificar várias amostras coletadas em diversos pontos da capital, o geógrafo confirmou que a água das nuvens na região é limpa e de pouca acidez. Desta forma, a água pode ser reutilizada para diversos fins, menos para beber. Para ser consumida, precisaria passar por tratamento que, em larga escala, seria mais barato do que limpar e tornar potável a água captada no rio Cuiabá, na região da capital.

Segundo o pesquisador, se o município tivesse grandes reservatórios para armazenar água da chuva, resolveria parte do problema de abastecimento em bairros onde a situação é crítica. "O que nós verificamos é que as concentrações encontradas na chuva em Cuiabá são muito baixas, ainda. Isso faz com que se torne possível o aproveitamento dessa água para fins imediatos, pelo menos para consumo não potável como irrigação, uso em lavagem, como acontece em outros locais do país", disse o geógrafo.

Em Cuiabá, boa parte da população já faz isso, principalmente em bairros da periferia, onde a água é produto raro. No verão, muita gente deixa as caixas d'água destampadas. É uma forma de armazenar o que vem do céu e de graça. Nesses casos, o problema é a proliferação do mosquito transmissor da dengue, que acaba encontrando todas as condições para procriar em reservatórios sem tampa. O ideal seria reaproveitar a água para lavar quintais, molhar plantas, entre outras finalidades que não comprometeriam a saúde.

Poluição

O professor verificou ainda o quanto a chuva contribui para a qualidade do ar de Cuiabá. Com um medidor de poluição, analisou os filtros com partículas do período de chuvas. Esses filtros permaneceram claros. No entanto, os expostos em períodos de estiagem ficam bem escuros devido à concentração de partículas de poluentes dos veículos e das queimadas urbanas e do campo.

"Nós encontramos aqui concentrações de até 143 microgramas por metro cúbico, sendo que o padrão para uma qualidade ruim é de 150 microgramas. É muito próximo. Em determinadas épocas, na estação seca, se pegar só o que encontramos em setembro, há concentrações superiores do que Cubatão, Paulínia, São Paulo", frisou Rodrigo Marques.

A professora Josita Priante afirma que faz a parte dela reaproveitando a água da chuva há sete anos. Uma calha de três metros de comprimento recolhe a água que desce pelo telhado e vai diretamente para duas caixas de 500 litros e de 1 mil litros. A professora ainda recicla a água do enxague da máquina de lavar roupa. Tudo é distribuído para dois banheiros da casa. Desta forma, evita desperdiçar água tratada na descarga dos vasos sanitários. Do lado de fora da residência, uma torneira libera a água da chuva ou da máquina para lavar o quintal. A preocupação ambiental significa uma economia de 30% no consumo de água tratada na casa dela.

"Eu já venho de uma origem, da Bahia, e lá não tínhamos água encanada. Pegávamos água no rio. Morando agora na cidade, com água encanada, tenho essa preocupação porque sei que a água é um bem que não é infinito e um dia vai acabar", concluiu a professora.





Fonte: Redação TVCA

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/214153/visualizar/