Mundo tem dívida com os EUA, diz premiê britânico
“Nós precisamos reconhecer a dívida que o mundo tem com os Estados Unidos por sua liderança na luta contra o terrorismo internacional”, disse Brown, que está viajando a Washington para seu primeiro encontro com o presidente americano, George W. Bush, desde que assumiu o governo britânico, no mês passado.
O premiê disse que a ligação entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos é “a mais importante relação bilateral” do país europeu.
“É firmemente do interesse nacional britânico que nós tenhamos uma forte relação com os Estados Unidos”, disse Brown. “E, como primeiro-ministro, eu quero fazer mais para fortalecer ainda mais nossa relação com os Estados Unidos.”
Corda bamba
As declarações de Brown vão contra a percepção de alguns analistas e de membros do próprio governo britânico, para os quais o ex-ministro das Finanças britânico deveria optar um distanciamento dos Estados Unidos, agora que assumiu o poder.
No início deste mês, por exemplo, um secretário do Ministério do Exterior britânico, Malloch Brown, disse que era hora de uma política externa mais “imparcial” e que a Grã-Bretanha deveria investir numa aproximação com líderes do restante da Europa.
Falando já a caminho dos Estados Unidos, Brown descreveu a si mesmo como um “atlanticista e “um grande admirador do espírito americano”.
No entanto, segundo o analista político da BBC Nick Robinson, Brown está caminhando “na corda bamba” no tocante à relação do seu país com os Estados Unidos.
Para Robinson, Brown precisa afirmar ao presidente americano seu compromisso com o relacionamento entre os dois países, mas precisa convencer os eleitores britânicos que as ligações entre Grã-Bretanha e Estados Unidos serão diferentes das cultivadas durante o governo do ex-premiê britânico Tony Blair, a quem Brown substituiu neste mês.
Ainda neste domingo, Brown segue para a residência de Bush em Camp David, perto de Washington, onde tem com ele um jantar reservado. Mas nesta mesma viagem, o premiê deve ter encontros com parlamentares de oposição do Congresso americano.
Em Camp David, os dois líderes devem discutir temais internacionais como a situação no Iraque e no Afeganistão, o Oriente Médio, Darfur, Kosovo, o comércio global e as mudanças climáticas.
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