Aumentam casos de hepatites A e C em todo Centro-Oeste
No mundo, existem 500 milhões de infectados pelas hepatites B e C. Os portadores crônicos de infecção por vírus da hepatite geralmente são assintomáticos e grande parte deles permanece assim até desenvolveram cirrose ou tumor maligno geralmente no fígado. Sem saber do diagnóstico, a pessoa contamina outras. "No nosso meio a gente classifica como silenciosa, porque só surgem sintomas quando já há lesões graves", pontua a enfermeira Euzira Teixeira da Silva, que é coordenadora do Plano Estadual de Hepatites Virais.
Em razão de abrigar parte da Amazônia Legal, ainda são frequentes os casos de infecção da hepatite B (sexualmente transmissível) nos garimpos, áreas rurais ou de mata fechada, onde são extraídas madeira. Falta esclarecimento e sobra promiscuidade. A faixa etária mais atingida está entre 20 e 49 anos, com 308 casos, ou seja, 70% do total nesta modalidade.
O contágio direto começa a partir do início da vida sexual, a prova disso é que foram constatados 49 notificações entre adolescentes de 15 e 19 anos. Nas crianças até 14 anos, foram encontrados 28 casos da doença, o que ainda reflete falhas no pré-natal da mãe.
Para Euzira, a grande preocupação hoje é a falta de consciência dos jovens, que ainda não enxergam no preservativo a oportunidade estar 100% protegidos. Ainda há relatos de meninos que pedem para as namoradas não usarem como "prova de amor". Justamente na tentativa de proteger essa faixa etária, o Ministério da Saúde disponibiliza uma vacina contra hepatite B, mas para aqueles que tenham até 19 anos e 11 meses.
"Se existem meios eficazes de prevenção, não deveríamos ter mais a doença".
A hepatite C também desperta atenção, porque é notória a situação de subnotificação. É improvável que existam apenas 42 contaminados num Estado de fronteira com frequente tráfico e consumo de entorpecente.
Já a modalidade A, apesar de contaminar um grande número de crianças, das quais 159 na faixa etária de cinco a nove anos, tem mostrado boa evolução para cura. "Elas se contaminam na creche ou na escola porque comem sem lavar as mãos, dividem o mesmo copo e até os alimentos", acrescenta a coordenadora.
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