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Operação para prender arrombadores de caixas gera confronto entre delegados e promotores
MP nega boicote e diz que Polícia "confunde" a sociedade
O Ministério Público Estadual negou que tenha atrapalhado as investigações da Polícia Civil, no contexto da Operação Implosão, deflagrada para cumprir mandados de prisão contra várias pessoas acusadas de integrar uma quadrilha especializada em arrombar caixas eletrônicos, em Mato Grosso e em outros seis estados.
Por meio de nota, o MPE reagiu às declarações de delegados da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que conduz a operação denominada "Implosão". Um conflito de interesses entre a Polícia Civil e o Ministério Público teria atrasado a ação policial, desencadeada na quinta-feira (25).
Conforme o órgão, ao contrário do que foi divulgado pelos delegados Anderson Garcia, diretor-geral da PJC, e Flávio Stringueta e Gianmarco Paccola, do GCCO, em entrevista coletiva, os pedidos de prisão em relação à operação foram encaminhados ao Ministério Público tão-somente no dia 27 de fevereiro deste ano e o processo foi devolvido em juízo com as manifestações ministeriais no dia 14 de março, do mesmo ano.
Na nota, o MPE informou que, dos 31 pedidos de prisão feitos pela Polícia Civil, cinco réus foram denunciados pelo órgão por formação de quadrilha, roubo de veículos e roubo de numerário de instituição financeira.
Outros acusados estavam presos preventivamente e, para o ministério, não haveria necessidade de decretação de prisão temporária.
O MPE destacou, também, que entre os acusados que a Polícia visava prender, havia um que já estava morto e tinha utilizado documento de pessoa inocente.
Em relação aos demais suspeitos, o Ministério Público disse que, no inquérito policial, não havia sido apurado sequer a existência do crime, faltando a juntada de boletins de ocorrência, laudos periciais, levantamentos de local e valor dos prejuízos sofridos pelas vítimas.
Citou, também, que todo o trabalho realizado pela Polícia Civil tem como destinatário final o Ministério Público, titular da ação penal, sendo este, portanto, o maior interessado na excelência da prova, possibilitando a sustentação da acusação perante o Poder Judiciário.
PEC 37
Para o Ministério Público, a postura adotada pelos delegados tem como propósito "confundir a opinião pública", no momento em que a sociedade começa a reagir contra a PEC 37, que pretende dar às polícias federal e civil a exclusividade nas investigações, tirando o poder do Ministério Público.
Na quarta-feira (24), cerca de duas mil pessoas participaram de ato público em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, contra a aprovação da referida proposta.
A PEC 37 é e autoria do deputado federal Lourival Mendes (PTdoB-MA), que é delegado da Polícia Civil do Maranhão.
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ESPECIAL PARA O MIDIANEWS
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