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Cidades/Geral
Sábado - 28 de Julho de 2007 às 08:03
Por: Débora Siqueira

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Catorze mulheres foram assassinadas este ano em Mato Grosso, vítimas da fúria do marido ou de amantes. A informação é da presidente da Associação Nacional das Magistradas (ANM), a desembargadora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Shelma Lombardi de Kato. "Cachorro que late, morde mesmo", diz ela se referindo a máxima que, se os maridos fazem constantes ameaças de morte, não cumprem o prometido. "Toda violência no lar, tem que ser denunciada".

A maioria das mulheres que denuncia os maridos na delegacia pede mais medidas de proteção contra o agressor do que registro do boletim de ocorrência, evitando assim a prisão em flagrante.

Desde a criação da Lei Maria da Penha, em 22 de setembro de 2006, as três Varas Especializadas de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher em Cuiabá e Várzea Grande até dia 25 de julho, foram 6,106 mil pedidos de proteção e afastamento do agressor de casa e 1,295 mil inquéritos policiais relatados e encaminhados para o Ministério Público Estadual (MPE). Apenas a Vara de Rondonópolis não disponibilizou os dados.

Durante a vigência da Lei Maria da Penha em 2006, a Justiça de Mato Grosso realizou 614 prisões em flagrante, 899 processos cíveis, 1,381 mil processos criminais, 103 pedidos de prisão preventiva e temporária e 307 pedidos de liberdade provisória aos agressores.

As informações foram divulgadas ontem no pré-lançamento da campanha de divulgação da Lei Maria da Penha, no Pantanal Shopping, às 9 horas. A juíza Marilza Aparecida Vitória, da Vara da Violência Doméstica em Várzea Grande, afirma que o problema da violência doméstico é complexo, pois o agressor também é o pai, amante, amigo, companheiro. "Muitas vezes ela não quer a prisão do marido, mas o fim da violência. Ela quer não o mal ao companheiro, mas que se afaste dela e pare com as agressões".

Grande maioria das mulheres agredidas é pobre, embora a violência permeie todas as classes sociais, a diferença está na forma de lidar com o assunto. Do mesmo jeito em que há as vítimas que se calam por vergonha tanto humildes quanto as abastadas, quem têm instrução, preferem partir para o divórcio, enquanto as mais pobres, vão para a delegacia.

As agressões intensificam no final de semana, com o alto consumo de álcool e drogas. "A convivência é mais intensa, já que não estão trabalhando", diz a juíza.





Fonte: Gazeta Digital

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