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Em SP, Jobim ouve de Serra propostas para desafogar Congonhas
SÃO PAULO (Reuters) - Primeiro auxiliar direto do presidente a visitar o local da maior tragédia da história da aviação brasileira, ocorrida há dez dias, o novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi nesta sexta-feira ao Palácio dos Bandeirantes para ouvir do governador paulista, José Serra, sugestões para desafogar o aeroporto de Congonhas.
Em um encontro que durou cerca de duas horas na sede do governo de São Paulo, administrado por um tucano crítico à condução da crise aérea pelo Palácio do Planalto, Jobim recebeu uma pauta de propostas que será debatida na segunda-feira em uma reunião do Conselho de Aviação Civil (Conac). Também recebeu elogios do governador.
Entre as principais propostas, estão a aceleração das obras de construção de um terceiro terminal no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, uma Parceria Público Privada (PPP) para abrir uma ferrovia que ligará o principal aeródromo do país à capital paulista, a expansão da capacidade do aeroporto de Viracopos, em Campinas, e a utilização de Jundiaí para aviação executiva.
"O encontro com o governador Serra acabou representando a coincidência de uma série de linhas que nós vamos propor", disse o ministro em uma das poucas respostas que aceitou dar após o encontro com Serra. Estiveram presentes também o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, secretários estaduais, representantes empresariais e especialistas em aviação.
Jobim reforçou a necessidade de diminuir o número de vôos saindo de Congonhas, que se tornou o principal ponto de conexões do país, com cerca de 18 milhões de passageiros por ano apesar da capacidade para 12 milhões.
Para o ministro, Cumbica e Viracopos devem ser preparados para receber até 7 milhões de passageiros adicionais, absorvendo o excedente gerado pelo aeroporto paulistano. As iniciativas para reequilibrar o tráfego aéreo na capital paulista são consequência do acidente que matou cerca de 200 pessoas no dia 17 quando um avião da TAM fracassou na tentativa de pouso e colidiu com um prédio da própria empresa.
Classificado por Serra como "preparado, competente, que sabe se aprofundar nos problemas", o novo ministro da Defesa ouviu do governador paulista a proposta de uma PPP no valor de 3,4 bilhões de reais para concretizar a promessa datada desde a construção de Cumbica, em meados da década de 1980, de ligar o principal aeroporto da América Latina à cidade de São Paulo.
A oferta de Serra implicaria em gastos de 1,5 bilhão de reais do governo estadual, 1,32 bilhão de reais da iniciativa privada e 580 milhões de reais vindos de Brasília, em um projeto ferroviário que poderia ser completado em 2010, ano de eleições para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O tucano também previu iniciativas semelhantes para o aeroporto de Viracopos, em uma opção que, no entanto, "tomaria mais tempo". Em médio prazo, ele sugeriu a construção de uma pista expressa que ligue Viracopos, que ainda precisa de obras de ampliação, à rodovia dos Bandeirantes, o que viabilizaria o desembarque de passageiros em Campinas, cidade a quase 100 quilômetros da capital paulista.
INFRAERO EM XEQUE
Serra foi ainda porta-voz do apoio do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a uma eventual iniciativa da Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros, de aumentar a área de escape de Congonhas.
"(Isso deve ser feito) não para intensificar o número de vôos, que tem de ser diminuído, ou para aumentar o peso (permitido) das aeronaves, mas para aumentar a segurança da população", afirmou o governador, ao lado do prefeito.
Jobim, que passou o dia sem responder às perguntas dos jornalistas alegando que falaria apenas após o encontro com Serra, nada disse quando perguntado sobre possíveis mudanças na Infraero e na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), tão criticadas quanto o antecessor dele na Defesa, Waldir Pires, pela condução da crise aérea que há 10 meses afeta o país.
Apesar do silêncio do ministro, o governo paulista se pronunciou contra a abertura de capital da Infraero e considerou que mais importante do que isso seria "despolitizar a empresa, hoje loteada entre partidos, profissionalizá-la". Serra também criticou o governo federal por apresentar a construção de um terceiro aeroporto em São Paulo como solução para o caos aéreo, uma vez que é uma alternativa "de longuíssimo prazo". Jobim minimizou a posição do governador.
"Estamos discutindo agora soluções de curto e médio prazo... (A construção de um terceiro aeroporto em São Paulo) não está sendo examinada agora", afirmou.
O ministro seguiu desde as 8h30 desta sexta-feira, quando desembarcou em Cumbica para conversar com representantes da Aeronáutica, o roteiro anunciado por Lula quando deu posse no cargo ao ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), com livre trânsito no governo e na oposição.
Vistoriou a pista de Congonhas, usou capacete e subiu na escada magirus no local da tragédia, observou os trabalhos de reconhecimento das vítimas no Instituto Médico Legal (IML) e visitou as duas principais autoridades do Estado, que após o acidente reclamaram de falta de ajuda do governo federal.
Em um encontro que durou cerca de duas horas na sede do governo de São Paulo, administrado por um tucano crítico à condução da crise aérea pelo Palácio do Planalto, Jobim recebeu uma pauta de propostas que será debatida na segunda-feira em uma reunião do Conselho de Aviação Civil (Conac). Também recebeu elogios do governador.
Entre as principais propostas, estão a aceleração das obras de construção de um terceiro terminal no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, uma Parceria Público Privada (PPP) para abrir uma ferrovia que ligará o principal aeródromo do país à capital paulista, a expansão da capacidade do aeroporto de Viracopos, em Campinas, e a utilização de Jundiaí para aviação executiva.
"O encontro com o governador Serra acabou representando a coincidência de uma série de linhas que nós vamos propor", disse o ministro em uma das poucas respostas que aceitou dar após o encontro com Serra. Estiveram presentes também o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, secretários estaduais, representantes empresariais e especialistas em aviação.
Jobim reforçou a necessidade de diminuir o número de vôos saindo de Congonhas, que se tornou o principal ponto de conexões do país, com cerca de 18 milhões de passageiros por ano apesar da capacidade para 12 milhões.
Para o ministro, Cumbica e Viracopos devem ser preparados para receber até 7 milhões de passageiros adicionais, absorvendo o excedente gerado pelo aeroporto paulistano. As iniciativas para reequilibrar o tráfego aéreo na capital paulista são consequência do acidente que matou cerca de 200 pessoas no dia 17 quando um avião da TAM fracassou na tentativa de pouso e colidiu com um prédio da própria empresa.
Classificado por Serra como "preparado, competente, que sabe se aprofundar nos problemas", o novo ministro da Defesa ouviu do governador paulista a proposta de uma PPP no valor de 3,4 bilhões de reais para concretizar a promessa datada desde a construção de Cumbica, em meados da década de 1980, de ligar o principal aeroporto da América Latina à cidade de São Paulo.
A oferta de Serra implicaria em gastos de 1,5 bilhão de reais do governo estadual, 1,32 bilhão de reais da iniciativa privada e 580 milhões de reais vindos de Brasília, em um projeto ferroviário que poderia ser completado em 2010, ano de eleições para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O tucano também previu iniciativas semelhantes para o aeroporto de Viracopos, em uma opção que, no entanto, "tomaria mais tempo". Em médio prazo, ele sugeriu a construção de uma pista expressa que ligue Viracopos, que ainda precisa de obras de ampliação, à rodovia dos Bandeirantes, o que viabilizaria o desembarque de passageiros em Campinas, cidade a quase 100 quilômetros da capital paulista.
INFRAERO EM XEQUE
Serra foi ainda porta-voz do apoio do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a uma eventual iniciativa da Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros, de aumentar a área de escape de Congonhas.
"(Isso deve ser feito) não para intensificar o número de vôos, que tem de ser diminuído, ou para aumentar o peso (permitido) das aeronaves, mas para aumentar a segurança da população", afirmou o governador, ao lado do prefeito.
Jobim, que passou o dia sem responder às perguntas dos jornalistas alegando que falaria apenas após o encontro com Serra, nada disse quando perguntado sobre possíveis mudanças na Infraero e na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), tão criticadas quanto o antecessor dele na Defesa, Waldir Pires, pela condução da crise aérea que há 10 meses afeta o país.
Apesar do silêncio do ministro, o governo paulista se pronunciou contra a abertura de capital da Infraero e considerou que mais importante do que isso seria "despolitizar a empresa, hoje loteada entre partidos, profissionalizá-la". Serra também criticou o governo federal por apresentar a construção de um terceiro aeroporto em São Paulo como solução para o caos aéreo, uma vez que é uma alternativa "de longuíssimo prazo". Jobim minimizou a posição do governador.
"Estamos discutindo agora soluções de curto e médio prazo... (A construção de um terceiro aeroporto em São Paulo) não está sendo examinada agora", afirmou.
O ministro seguiu desde as 8h30 desta sexta-feira, quando desembarcou em Cumbica para conversar com representantes da Aeronáutica, o roteiro anunciado por Lula quando deu posse no cargo ao ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), com livre trânsito no governo e na oposição.
Vistoriou a pista de Congonhas, usou capacete e subiu na escada magirus no local da tragédia, observou os trabalhos de reconhecimento das vítimas no Instituto Médico Legal (IML) e visitou as duas principais autoridades do Estado, que após o acidente reclamaram de falta de ajuda do governo federal.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/214662/visualizar/
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